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Saúde

Especialistas alertam para riscos dentais da água com limão em jejum

O hábito de tomar água morna com limão em jejum é comum em várias partes do mundo, sendo creditado com benefícios como ajudar na digestão, desintoxicação e limpeza do fígado.


Foto: O Globo

O hábito de tomar água morna com limão em jejum é comum em várias partes do mundo, sendo creditado com benefícios como ajudar na digestão, desintoxicação e limpeza do fígado. No entanto, um dentista do Reino Unido chamou a atenção para os riscos que essa prática pode representar para a saúde dental.

Segundo Andrej Bozic, cirurgião oral, a água com limão possui altos níveis de acidez. "O suco de limão tem um nível de pH em torno de 2, o que é muito ácido. Isso pode corroer o esmalte dos dentes, a camada externa dura e protetora", explica. A erosão do esmalte pode causar uma série de problemas dentários, desde cáries até aumento da sensibilidade. O dentista ressalta que uma vez desgastado, o esmalte não se regenera.

"As pessoas frequentemente apresentam maior sensibilidade a alimentos e bebidas quentes e frias quando o esmalte está corroído. Com menos proteção, os dentes ficam mais suscetíveis à cárie e podem apresentar descoloração e aparência amarelada", alerta Bozic. O esmalte serve como a primeira linha de defesa dos dentes contra bactérias e substâncias nocivas.

"A frequência e a duração da exposição são fatores-chave na erosão do esmalte. Beber água com limão ao longo do dia ou deixá-la na boca pode aumentar os danos", afirma Bozic. Ele sugere usar um canudo para reduzir o contato da bebida com os dentes, enxaguar a boca com água depois de beber e limitar a ingestão a uma vez ao dia para minimizar a exposição ao ácido.

Bozic recomenda evitar escovar os dentes imediatamente após beber água com limão, esperando pelo menos 30 minutos para permitir que o esmalte endureça novamente. Alternativas menos ácidas, como água com pepino ou hortelã, são mais suaves para os dentes. Além disso, o uso de creme dental com flúor pode ajudar a fortalecer o esmalte e fornecer proteção extra contra a erosão ácida.

Por outro lado, o professor David Lloyd, cirurgião de fígado e consultor do hospital Leicester Royal Infirmary, na Inglaterra, questiona os benefícios atribuídos à água com limão. Ele afirma não haver provas científicas ou evidências médicas que sustentem as alegações sobre seus efeitos positivos.

"Para desintoxicar o fígado, ou melhor, curar danos ao fígado, é necessário parar de consumir substâncias que o sobrecarregam, como álcool ou drogas, além de ingerir cerca de dois litros de água por dia. Um copo de água com limão não realiza essa função. Além do mais, a função do fígado é desintoxicar, não há necessidade de ‘desintoxicar’ o próprio fígado", explica Lloyd.

Steven Mann, gastroenterologista consultor do Royal Free London NHS Foundation Trust, também contesta a ideia de que a água com limão auxilia na digestão. "Não há evidências de que os limões estimulem as secreções gástricas ou aumentem o peristaltismo. Os limões não oferecem benefícios específicos em relação a outros alimentos à base de plantas. A única vantagem da mistura é a hidratação proporcionada pela água, não pelo limão", esclarece Mann. Ele acrescenta que pessoas suscetíveis ao refluxo podem encontrar agravamento do problema ao consumir água com limão devido à sua acidez.

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