Pobreza menstrual ainda persiste no Brasil, segundo Unicef

Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que o direito de menstruar de forma digna e segura ainda é um desafio para adolescentes e jovens, incluindo meninas, mulheres, homens e meninos trans e pessoas não binárias que menstruam.

Pobreza menstrual ainda persiste no Brasil, segundo Unicef

Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que o direito de menstruar de forma digna e segura ainda é um desafio para adolescentes e jovens, incluindo meninas, mulheres, homens e meninos trans e pessoas não binárias que menstruam. Dos 2,2 mil participantes consultados, 19% já enfrentaram dificuldades por não terem dinheiro para comprar absorventes, enquanto 37% tiveram problemas de acesso a itens de higiene em escolas e locais públicos. No Dia Internacional da Dignidade Menstrual, o Unicef alerta para a persistência da pobreza menstrual no Brasil, destacando que as necessidades de saúde e higiene menstrual são negligenciadas devido ao acesso limitado à informação, educação, produtos e serviços. A oficial de participação do Unicef no Brasil, Gabriela Monteiro, ressaltou a importância de garantir esses direitos para combater a pobreza menstrual e suas consequências negativas.

A pesquisa também revelou que seis em cada dez pessoas consultadas já deixaram de frequentar a escola ou o trabalho devido à menstruação, e 86% evitaram atividades físicas pelo mesmo motivo. Além disso, o tabu em torno da menstruação ainda é evidente, com 77% dos entrevistados relatando constrangimento em escolas ou locais públicos por menstruarem.

Para combater essas questões, o Unicef promove estratégias de acesso à água, saneamento e higiene, incluindo a instalação de estações de lavagem de mãos em escolas, apoio ao desenvolvimento de competências para a vida e empoderamento de meninas. A analista de comunicação na Viração Educomunicação, Ramona Azevedo, enfatizou a importância de desmistificar a menstruação e criar um ambiente acolhedor para pessoas que menstruam, destacando a necessidade de fortalecer as práticas de educação menstrual.

De acordo com estudo anterior do UNICEF, 28% das pessoas que menstruam no Brasil sofrem com a pobreza menstrual, o que equivale a cerca de 11 milhões de indivíduos. A maioria dessas pessoas tem entre 14 e 24 anos, mostrando que o problema afeta principalmente os mais jovens. O mês da Dignidade Menstrual, estabelecido pela ONU em 2014, tem como objetivo conscientizar e combater a pobreza menstrual, destacando a importância de debater e enfrentar essa questão.

*Reportagem produzida com auxílio de IA