Rússia cometeu crimes contra a humanidade na guerra, diz ONU

Uma investigação da ONU (Organização das Nações Unidas) concluiu na 6ª feira (14.

Foto: CBN - Globo

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Uma investigação da ONU (Organização das Nações Unidas) concluiu na 6ª feira (14.mar.2025) que a Rússia cometeu crimes contra a humanidade durante a guerra contra a Ucrânia, como desaparecimentos forçados e tortura.

De acordo com relatório que deve ser publicado na 3ª feira (18.mar), segundo a France24, as autoridades russas “cometeram violações e crimes adicionais durante essas detenções prolongadas. Muitas vítimas estão desaparecidas há meses e anos, e algumas morreram em cativeiro”.

Segundo o documento, os crimes foram cometidos no âmbito de “um ataque sistemático e generalizado contra a população civil”. A comissão ligada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU concluiu que as ações russas se deram em todas as províncias ucranianas que estão sob domínio de Moscou.

“As autoridades russas visaram categorias de pessoas que consideravam uma ameaça ou que se recusavam a cooperar com elas”, afirma o relatório. A comissão também declara que as autoridades russas utilizaram violências sexuais sistematicamente como forma de tortura contra os detidos. Também sinaliza um número crescente de soldados ucranianos mortos ou feridos depois de serem capturados ou ao se renderem, constituindo um crime de guerra.

Além disso, as autoridades da ONU diz que ambas as partes no conflito cometeram crimes de guerra por matarem ou ferirem soldados que já tinham sido feridos por drones. O relatório indica violações de direitos humanos cometidas por autoridades ucranianas contra indivíduos acusados de colaborar com o Kremlin.

A comissão formada por 3 integrantes foi criada em março de 2022 pelo Conselho dos Direitos Humanos para investigar violações cometidas desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro daquele ano.

CESSAR-FOGO EM DISCUSSÃO

Na 3ª feira (11.mar), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou que a Ucrânia aceitou a proposta norte-americana para um cessar-fogo na guerra contra a Rússia. Segundo um comunicado conjunto dos governos norte-americano e ucraniano, a trégua entraria em vigor imediatamente, com duração de 30 dias, podendo ser estendido caso haja uma nova negociação.

Em contrapartida, o governo russo não concordou imediatamente com a proposta. O presidente Vladimir Putin, disse na 5ª feira (13.mar) que apoia o cessar-fogo, mas que ele deve trazer uma "paz duradoura" e que existem muitas "questões" a serem resolvidas sobre a proposta.

"Se concordarmos com uma trégua de 30 dias, todos lá [em Kursk] sairão sem lutar? Devemos deixá-los sair depois que cometeram crimes em massa contra civis? Ou a liderança ucraniana ordenará que eles deponham suas armas e simplesmente se rendam? Isso continua sem resposta", disse Putin ao indicar que o cessar-fogo não propõe resoluções para os conflitos em Kursk.

O líder russo conversou com o presidente dos EUA, Donald Trump (Republicano), na 6ª feira (14.mar). Foi a 1ª conversa entre os 2 desde a posse do norte-americano, em 20 de janeiro. Em publicação no Truth Social, Trump disse existir “uma grande chance" de paz na Ucrânia.


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