Com juros da dívida, rombo fiscal se aproxima de R$ 1 trilhão

O resultado nominal –que inclui o pagamento de juros da dívida– do setor público consolidado foi deficitário em R$ 991,9 bilhões no acumulado de 12 meses até janeiro.

Com juros da dívida, rombo fiscal se aproxima de R$ 1 trilhão
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Os dados são do BC (Banco Central) e se referem ao setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais. Eis a íntegra (PDF – 355 kB). Em janeiro de 2023, o deficit nominal acumulado de 12 meses foi de R$ 497,8 bilhões. Aumentou R$ 494,1 bilhões em 1 ano.

Os gastos com os juros da dívida pública dispararam no período. No acumulado de 12 meses, o setor público consolidado teve despesas de R$ 745,9 bilhões com o montante até janeiro. Esse é o maior valor da série histórica, iniciada em 2002.

Quando se observa a trajetória das contas públicas sem o gasto com pagamento de juros, nota-se que o deficit primário foi de R$ 246 bilhões em 12 meses até janeiro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em março de 2023 que a taxa Selic elevada aumenta o deficit fiscal.

Dados do BC mostram que está mais caro financiar a dívida do Brasil. Em outubro de 2020, quando o deficit nominal superou pela 1ª vez a marca de R$ 1 trilhão, a taxa básica era de 2% ao ano. Agora, está em 11,25%. Parte considerável da dívida é atrelada à Selic e, quanto maiores são os juros, maior será o esforço do setor público em financiar o passivo.

DÍVIDA BRUTA

A DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) ficou em 75% do PIB (Produto Interno Bruto). Aumentou 3,7 pontos percentuais em 1 ano. Em janeiro, atingiu o maior nível desde julho de 2022. Corresponde a R$ 8,2 trilhões em valores.