Deputados querem corte de incentivos fiscais para empresas ligadas à moratória da soja

Os deputados estaduais de Mato Grosso devem finalizar a votação do projeto que retira as empresas inseridas no acordo da moratória da soja do programa de incentivos fiscais do Estado de Mato Grosso. O texto já foi apreciado em primeira votação e tramita na Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

Presidente da Comissão de Meio Ambiente, o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), defende que a matéria seja aprovada em redação final após o debate que o governo Mauro Mendes (União) fará com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que implementaram a moratória em 2008.

O deputado defende que, ao contrário de impor medidas restritivas como a moratória da soja e da carne na contramão da legislação brasileira, a Europa deve auxiliar nas ações de fiscalização e com investimentos em tecnologia.

"Então isso é um absurdo, é um total desrespeito a um país que tem as leis mais rígidas e que nós temos florestas e eles não. Nós preservamos as florestas e eles não. Então eu digo claramente, se querem nos ajudar, nós queremos ajuda. Queremos ajuda para fiscalizar, que precisamos fiscalizar", defendeu Avallone.

Além de ser favorável ao projeto, apresentado pelo deputado estadual Gilberto Cattani, o deputado Carlos Avallone ainda acredita que Mato Grosso deve optar por não vender para quem quer dificultar a agricultura mato-grossense no mercado mundial, como é o caso da Europa.

A moratória é um acordo estabelecido pelas empresas signatárias de não adquirir soja de fazendas com lavouras em desmatamentos realizados após 22 de julho de 2008 na Amazônia, visando eliminar o desmatamento da cadeia de produção da soja.