Enchentes no Rio Grande do Sul: Imagens de satélite revelam extensão da tragédia

Imagens capturadas pelo satélite Amazônia 1 do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam a extensão da devastação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Foto: G1 - Globo

Foto: G1 - Globo

Imagens capturadas pelo satélite Amazônia 1 do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam a extensão da devastação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. As fotos, divulgadas nesta segunda-feira (6) pelo G1, mostram um contraste gritante entre a situação antes da tragédia, em 20 de abril, e o cenário desolador registrado neste domingo (5), quando o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública em mais de 300 municípios gaúchos.

Com o estado coberto por nuvens desde o final de abril, o trabalho de monitoramento por satélite foi prejudicado. As imagens divulgadas representam as poucas áreas onde foi possível observar o solo durante o período crítico. Elas focam em três pontos específicos: a capital Porto Alegre, o Vale do Taquari e a bacia dos rios Jacuí, Jacuizinho e Soturno.

Os registros revelam o avanço implacável dos rios sobre as áreas urbanas, afetando mais de 1 milhão de pessoas. Até o momento, as enchentes já provocaram mais de 80 mortes e dezenas de desaparecidos.

O Vale do Taquari, uma das regiões mais castigadas pelas inundações, concentra mais de 40 municípios. A imagem de satélite, no entanto, mostra apenas um recorte de 10 cidades, pois as demais estão encobertas por nuvens.

Localizadas às margens dos rios, as cidades do Vale do Taquari ocupam áreas naturalmente propensas a alagamentos, chamadas de planícies de inundação pelos geólogos. Essa característica torna a região particularmente vulnerável a eventos climáticos extremos, como as fortes chuvas que atingiram o estado nos últimos dias.

Números da tragédia

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou 85 mortes em decorrência das enchentes. O número ainda pode aumentar, pois há outros 4 óbitos em investigação. Além disso, o estado registra 134 pessoas desaparecidas e 339 feridas.

O impacto social da tragédia é imenso. Mais de 200 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, sendo que 47,6 mil estão em abrigos e 153,8 mil desalojadas, buscando refúgio em casas de familiares e amigos.