Salário das domésticas é 45% da remuneração média das mulheres

As empregadas domésticas tinham em 2023 menor remuneração do que as mulheres que trabalham em outras funções segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Foto: G1 - Globo

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As empregadas domésticas tinham em 2023 menor remuneração do que as mulheres que trabalham em outras funções segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Leia a íntegra (PDF – 110 kB).

O estudo também mostra que é menos frequente empregadas domésticas trabalharem com carteira assinada e contribuírem para a previdência social do que as mulheres de outras profissões.

O estudo usa dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2023. Havia 6,07 milhões de pessoas ocupadas em serviços domésticos no Brasil, das quais 5,6 milhões (92%) eram mulheres.

O rendimento médio recebido pelas mulheres em todas as ocupações era R$ 2.510 e pelas empregadas em serviços domésticos era 45% disso: R$ 1.122. Esse valor era também abaixo do salário-mínimo vigente em 2023: R$ 1.320.

Trabalhavam sem carteira assinada:

  • 77% das mulheres negras em serviços domésticos;
  • 75% das mulheres não-negras em serviços domésticos;
  • 61% das mulheres negras ocupadas;
  • 58% das mulheres não-negras ocupadas.

Trabalhavam sem fazer contribuição previdenciária:

  • 67% das mulheres negras em serviços domésticos;
  • 60% das mulheres não-negras em serviços domésticos;
  • 39% das mulheres negras ocupadas;
  • 28% das mulheres não-negras ocupadas.

O estudo também mostra maior vulnerabilidade social e econômica das mulheres que trabalhavam em serviços domésticos.

Estavam em situação de extrema pobreza em 2023 7,1% das domésticas e 3,2% das demais mulheres ocupadas. A extrema pobreza é quando a renda por pessoa na família é inferior a ¼ de salário-mínimo (R$ 330 em 2023).

Estavam em situação de pobreza 19% das mulheres que trabalhavam em serviços domésticos e 10,5% das demais mulheres.