Instituto flor de ibez promove plantio de agrofloresta em aldeias do povo xavante

O Instituto de Vida Integral Flor de Ibez, sediado em Barra do Garças (a 511 km de Cuiabá), realizou o projeto "Ö ihöibaré, abhu tsima "wara – Água viva, Cerrado em pé" na aldeia São Brás, Terra Indígena São Marcos, e um importante aditivo de projeto na aldeia Wederã, Terra Indígena Pimental Barbosa.

O projeto foi financiado pelo Programa REDD Early Movers Mato Grosso (REM MT) e contou com parcerias com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e com a coordenação regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI/CR Xavante).

Encerrando em março deste ano, o projeto permitiu a ampliação das ações que já vinham ocorrendo na aldeia São Brás desde 2019. Desta vez, o Instituto promoveu cinco importantes implementações. A primeira consistiu na realização do Mapeamento Participativo do núcleo territorial da aldeia São Brás, resultando em um Diagnóstico Etnoecológico e Etnogeográfico, coordenado pelo geógrafo e professor da UFMT, Magno Silvestri e por Artur Simón, coordenador de Flor de Ibez.

A segunda envolveu a redução dos impactos dos incêndios florestais por meio da construção de aceiros, visando proteger a área de recarga da nascente, residências e áreas cultivadas da aldeia. A terceira concentrou-se na condução das águas pluviais, com a construção de bacias de captação em pontos estratégicos.

A quarta implementação consistiu na recuperação da vegetação nativa na área de recarga da nascente e das matas ciliares da aldeia, e a produção consorciada de alimentos no entorno da aldeia, incluindo árvores frutíferas do cerrado e plantas alimentícias de ciclo curto, como mandioca, cará, abóbora e maracujá, visando promover a função ecológica e a garantia de alimentos a curto e médio prazo.

A última atividade do projeto na São Brás visa proporcionar algum suprimento de água para a aldeia, para uso doméstico e para irrigação das áreas de cultivo, com a instalação de roda d"agua no rio São Marcos, buscando prover bases para a segurança alimentar local.

Intitulado Formação Vivencial em Agrofloresta, o segundo componente, anexado ao projeto em novembro de 2023, contemplou os moradores da aldeia Wederã – Terra Indígena Pimentel Barbosa, município de Canarana-MT, com quatro importantes etapas de formação e implantação agroflorestal. A primeira ocorreu na sede de Flor de Ibez, onde um grupo selecionado pela aldeia participou de uma troca de vivências e saberes sobre agrofloresta. A segunda etapa consistiu em uma oficina prática para criação de quintais agroflorestais na aldeia, conforme solicitado pelos moradores. Na terceira etapa, foi implantada em Wederã uma parcela agroflorestal coletiva, priorizando árvores frutíferas do cerrado. Na última etapa, o grupo retornou à sede do Instituto Flor de Ibez para um aprendizado focado no manejo de implantações agroflorestais.

Em ambas as aldeias, o projeto foi desenvolvido com ampla participação da comunidade, promovendo uma rica troca de saberes e experiências. "Não sugerimos nada especificamente para eles. Mostramos opções para solução das necessidades e como a natureza se organiza. Eles se reconhecem ali porque conhecem os processos do Cerrado ondem vivem e então, coletivamente, expressam o que querem realizar na aldeia. Flor de Ibez é um laboratório e uma escola viva. Procuramos fazer uma experiência de descobrir juntos, e assim os participantes podem se aprofundar na teoria que vai sendo descoberta. Nesse sentido, podemos dizer que esse projeto nasceu da descoberta de membros da aldeia São Brás de que é importante plantar alimentos, plantar água e trazer o cerrado produtivo para perto da aldeia", explicou Artur Simón, coordenador geral do projeto.

Para mais informações sobre o projeto "Ö ihöibaré, abhu tsima "wara – Àgua Viva, cerrado em pé", entre em contato com o Instituto Flor de Ibez pelo email: [email protected] ou pelo whatsApp (66) 9 9673-7893.

Por: Assessoria