Novas informações podem surgir sobre caso Marielle, diz Freixo
Depois das prisões no domingo (24.
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Inscreva-seSegundo Freixo, ao longo dos 6 anos posteriores ao crime, buscava-se resposta para 3 perguntas: quem matou, quem mandou matar e quem não deixou investigar. Essas perguntas foram respondidas, mas elas abrem espaço para novas, uma vez que os 3 presos têm cargos públicos. Domingos Brazão é conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado), Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) é deputado federal e o delegado Rivaldo Barbosa era chefe da Polícia Civil à época do atentado contra Marielle Franco.
"Então, é evidente que abre nova pergunta sobre o que se faz com esse Rio de Janeiro", disse Freixo, acrescentando que a operação que resultou na prisão dos 3 suspeitos também cumpriu mandados de busca e apreensão.
"E nós tivemos diversos mandados de busca e apreensão, que vão poder colher material, que sem dúvida alguma vão trazer mais informação sobre o caso da Marielle e, possivelmente, sobre outros casos relacionados à questão do homicídio, da Delegacia de Homicídio, e a esses agentes que cometeram esse crime contra a Marielle. Então, por um lado, se responde às perguntas, por outro, novas coisas podem surgir", declarou.
Para Freixo, falta vontade política para combater o crime organizado. "A gente pode ficar dias falando de problemas do Rio de Janeiro, mas se a gente não resolver a questão da segurança pública do Rio de Janeiro, se não meter a mão na cumbuca, que diz respeito a qual o papel da polícia, quem controla a polícia, como vai ser a formação da polícia, se não retomar territórios, não fizer um projeto para o Rio de Janeiro que mexa e dê centralidade à questão da segurança pública, como diz a boa gíria carioca, esquece", disse.
O ex-deputado contou que, depois das prisões, recebeu diversas ligações de policiais e de funcionários do Tribunal de Contas para prestar apoio e dizer que são diferentes dos colegas presos. Freixo acredita que a mudança venha pela política e pelas instituições. "Temos de olhar para as instituições e perceber que tem pessoas extraordinárias e conseguir que essas pessoas falem pelas instituições, não acabar com elas", afirmou
Alívio e choque
A jornalista e ex-assessora de Marielle Franco, Fernanda Chaves, também participou do programa. Ela estava com Marielle no momento do crime e foi a única sobrevivente. Fernanda falou sobre o que sentiu quando recebeu as informações sobre as prisões.
"É difícil nomear, mas foi muito chocante, muito impactante. Ao mesmo tempo que veio algum alívio, porque foram 6 anos de angústia, ver que, paralelamente, acontecia um movimento para atrapalhar a investigação. Na mesma medida, deu um choque muito grande quando se sabe do envolvimento das figuras que estão sendo apontadas na investigação como os pensantes, os que arquitetaram esse crime. É muito impactante e é, sobretudo, perturbador", disse.
Ela descreveu o delegado Rivaldo Barbosa como uma pessoa acessível e do diálogo. "Revendo as coisas do passado, a gente começa a perceber o quanto isso é maquiavélico", afirmou. "Isso é inacreditável, isso descortina muito a situação que o Rio de Janeiro se encontra hoje", completou.
Com informações da Agência Brasil.
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