Familiares e amigos da jovem Emilly Azevedo Sena fizeram um protesto para cobrar Justiça, na manhã desta sexta-feira (14.03), durante o velório do corpo da jovem. Emilly foi assassinada na quarta-feira (12.03) por Nataly Hellen Martins Pereira, que confessou à Polícia Civil que matou Emilly para ficar com o bebê dela.
No velório na Capela Jardins, em Cuiabá, familiares de Emilly empunhavam cartazes e gritavam "Justiça" como forma de protestar contra o crime bárbaro que vitimou a jovem. Nos cartazes estavam frases como "Família indignada clama por Justiça", "Endurecimento das leis já", "Queremos Justiça por Emilly" e "Sua morte não ficará em vão".
O caso
Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, estava grávida de 9 meses e saiu de casa, no bairro Eldorado, em Várzea Grande, na quarta-feira (12.03). Ela avisou a família que estava indo para Cuiabá buscar doações de roupas na residência de um casal.
Ainda na quarta, durante a noite, a assassina Nataly apareceu no hospital Santa Helena, em Cuiabá, com um bebê recém-nascido. Ela alegou que era filho dela e que tinha dado à luz em casa. Mas após exames, a médica do plantão confirmou que a mulher sequer esteve grávida.
Os profissionais do hospital observaram que a criança estava limpa e sem sangramento. Além disso, exames ginecológicos e de sangue demonstraram que a mulher não teve gestação.
A polícia foi chamada e fez a relação do bebê recém-nascido com a jovem grávida que constava como desaparecida. E as investigações levaram até a casa onde Emilly foi assassinada e teve o corpo enterrado.
Investigação
A perícia apontou que Emilly Azevedo Sena ainda estava viva quando foi submetida ao parto forçado. A declaração de óbito apontou que a causa da morte de Emilly foi o sangramento que ela sofreu após ter o ventre cortado para a retirada do bebê.
"Ela morreu sangrando, de choque hipovolêmico hemorrágico em decorrência de um trauma abdominal, que é um termo técnico, por ação de um instrumento cortante. E ela ainda estava viva quando o instrumento penetrou a cavidade abdominal", explicou a médica Alessandra Mariano, diretora Metropolitana de Medicina Legal da Politec.
Segundo a Polícia Civil, Nataly contou que, quando a adolescente estava desacordada, usou uma faca para retirar a bebê do ventre da menor.
"A pessoa que conseguimos identificar como autora é ela [Nataly]. A principal envolvida confessou com riqueza de detalhes e frieza todo o passo de como ela fez, como foi a conduta, como fez a cova. Ela destrincha no interrogatório dela", disse o delegado Caio Fernando Albuquerque. Ele ressaltou, no entanto, que as investigações continuam para saber se outras pessoas tiveram alguma participação no caso.
O advogado de Nataly, Ícaro Vione, declarou que ela confessou o crime e que assassinou e enterrou a vítima sozinha. "Ela confessou que agiu sozinha, sem a participação de ninguém, sem a ajuda de ninguém. Ela premeditou e cometeu esse delito".
Em depoimento, Nataly disse que esteve grávida no ano passado mas sofreu um aborto entre setembro e outubro, mas que escondeu o fato da família. "Ela omitiu da família, omitiu do marido, e manteve essa falsa gravidez para todos", completou o advogado.
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