Estudo revela que mulheres ganham, em média, R$ 3.328 a menos que homens em cargos de liderança

Mesmo com avanços na legislação para promover a equidade de gênero no mercado de trabalho, as mulheres continuam recebendo menos e tendo menos oportunidades profissionais.

Foto: Gazeta Brasil

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Mesmo com avanços na legislação para promover a equidade de gênero no mercado de trabalho, as mulheres continuam recebendo menos e tendo menos oportunidades profissionais. Um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que, em média, diretoras e gerentes ganham R$ 6.798 por mês, enquanto homens nos mesmos cargos recebem R$ 10.126, uma diferença de R$ 3.328 mensais. No acumulado anual, essa disparidade representa cerca de R$ 40 mil a menos para elas.

O estudo, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao terceiro trimestre de 2024, abrange empresas de todos os portes e setores em diversas regiões do Brasil. A análise inclui, além de cargos de direção e gerência em grandes corporações, postos de liderança em escolas e comércios locais.

A pesquisa também destaca que as mulheres são maioria entre os trabalhadores que recebem até um salário mínimo, representando 37% desse grupo, enquanto os homens são 27%. O rendimento médio mensal delas é de R$ 2.697, significativamente inferior aos R$ 3.459 recebidos pelos homens. Entre profissionais com nível superior, a diferença é ainda mais expressiva: mulheres ganham em média R$ 4.885, enquanto homens recebem R$ 7.784, uma distorção de R$ 2.899.

A desigualdade também se reflete na carga horária. Os homens trabalham, em média, 4,3 horas a mais por semana em atividades remuneradas, mas as mulheres dedicam 10 horas a mais em trabalhos domésticos não pagos. Ao longo de um ano, elas acumulam 499 horas a mais em tarefas de casa, o equivalente a 21 dias adicionais de trabalho.

A Lei de Igualdade Salarial entre Homens e Mulheres (Lei 14.611/2023) trouxe avanços ao aumentar a transparência e impor penalidades a empresas que não cumprirem as regras. No entanto, ainda há desafios para garantir remuneração justa. O Dieese ressalta a importância de ampliar a participação feminina em espaços de negociação e liderança, mantendo o debate vivo para que a equidade salarial não seja lembrada apenas no Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.