Ministro do Trabalho Ataca Política Monetária do Banco Central: "É uma Imbecilidade"
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, criticou a estratégia do Banco Central de usar o aumento da taxa de juros para controlar a inflação.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, criticou a estratégia do Banco Central de usar o aumento da taxa de juros para controlar a inflação. Em entrevista nesta quarta-feira (26), Marinho classificou como uma "imbecilidade" a ideia de inibir o crescimento econômico como forma de combater a inflação, uma preocupação que tem sido destacada nas comunicações oficiais do Comitê de Política Monetária (Copom).
"Isso é uma imbecilidade. É uma imbecilidade. Nós precisamos estimular o crescimento da economia, produzir mais para controlar a inflação. Não é inibir. Se a gente inibir crédito e aumentar juros, você inibe investimento. Se você inibe investimento, você está inibindo ter mais produção para ter mais produto na prateleira para controlar a inflação pela oferta. Não existe só um mecanismo de controlar a inflação só pela restrição, pelo amor de Deus. Pelo menos essa é a minha visão, ninguém disse que eu estou equivocado até agora", disse Marinho, mostrando um posicionamento contrário ao aumento da taxa básica de juros, que tem sido uma das principais ferramentas do Banco Central.
O ministro também comentou as recentes sinalizações do mercado e os números do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostraram um desempenho positivo, mas também refletiram volatilidade no mercado financeiro, com o dólar em alta e o Ibovespa em queda. Marinho se mostrou crítico ao possível aumento da Selic em mais 1 ponto percentual, previsto para o futuro próximo. "Espero que ele (Galípolo) não cumpra esse contrato [de mais uma alta de 1 ponto da Selic]", afirmou.
A política monetária do Banco Central, que tem adotado o aumento da taxa de juros para controlar a inflação, tem sido alvo de críticas frequentes por parte do governo Lula, que defende uma redução mais acelerada da Selic para impulsionar o crescimento econômico e o mercado de trabalho. Marinho reiterou sua posição de que a restrição monetária não é a única solução para a inflação e que é preciso estimular a produção e o crescimento para resolver o problema.