Governo Confirma Entrada do Brasil no Fórum da OPEP+ ao Lado de Arábia Saudita, Rússia e Venezuela

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta terça-feira (18) que o Brasil vai ingressar como aliado no fórum da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

Foto: Gazeta Brasil

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta terça-feira (18) que o Brasil vai ingressar como aliado no fórum da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). A decisão foi tomada durante uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e marca o início do processo de adesão do Brasil a três organismos internacionais relacionados ao setor energético.

"O Brasil foi convidado para que nós fizéssemos parte da carta de cooperação. O que fizemos hoje foi exatamente discutir a entrada do Brasil em três organismos internacionais. Autorizamos iniciar o processo de adesão à Agência Internacional de Energia. A continuação do que foi suspenso no governo anterior, que é a adesão à Agência Internacional de Energias Renováveis. Ficou decidido: início da adesão à EIA, Irena e Opep+", afirmou Silveira.

A entrada do Brasil no fórum da OPEP+ se dá no âmbito de uma colaboração, sem a intenção de se tornar um membro pleno da organização. Silveira ressaltou que a participação do país nas discussões da OPEP+ é fundamental, já que o Brasil é um grande produtor de petróleo, uma commodity de demanda global. "Eu também sou ambientalista, também defendo a preservação do meio ambiente", destacou o ministro, reforçando a posição do governo brasileiro de equilibrar o crescimento econômico com a sustentabilidade.

Silveira também abordou a realidade do petróleo como uma energia de demanda global, explicando que o Brasil não pode resolver, por si só, o problema da descarbonização das matrizes energéticas. "O petróleo é uma questão de demanda global. Enquanto alguém demandar, alguém vai oferecer", argumentou.

Criada em 1960, a OPEP atualmente conta com 13 membros, como Arábia Saudita, Venezuela e Iraque, além de nações aliadas como Rússia e México. O processo de adesão do Brasil começou em 2023, e sua entrada será como um país aliado, sem a condição de membro pleno.

Em dezembro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia defendido a adesão do Brasil ao grupo, afirmando não ver contradição em integrar a OPEP+. "Eu acho que é participando desse fórum que a gente vai convencer as pessoas que uma parte dos recursos deve ser investido para a gente ir anulando o petróleo e criando alternativas. É isso que nós vamos fazer e é muito importante. Não tem nenhuma contradição. O Brasil não será membro efetivo da OPEP nunca, porque nós não queremos. O que nós queremos é influir", disse o presidente.