Descoberta Revolucionária, asRNA Antisense Atua como "Superestrada" para Transporte Celular

Pesquisadores descobriram que o asRNA antisense atua como uma “superestrada” no transporte celular e, assim, acelera a expressão gênica.

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Pesquisadores descobriram que o asRNA antisense atua como uma “superestrada” no transporte celular e, assim, acelera a expressão gênica. Pesquisa descobre função importante do RNA não-codificante antisense. A função do RNA não-codificante na célula tem sido um mistério para os pesquisadores. Ao contrário do RNA codificante, o RNA não-codificante não produz proteínas — ainda assim, existe em grandes quantidades. Uma equipe de pesquisa da Universidade de Göttingen descobriu agora uma função importante do RNA antisense (asRNA): Os resultados foram publicados na Nature. O RNA (ácido ribonucleico) desempenha um papel central na tradução das informações do DNA em proteínas.

Existem diferentes tipos de RNA, um dos quais é conhecido como RNA mensageiro (mRNA). O RNA mensageiro é um tipo de RNA codificante e sua função é transmitir as instruções de construção para proteínas do DNA no núcleo da célula para o citoplasma, onde outros componentes celulares os traduzem em proteínas. Além do RNA codificante, existem grandes quantidades de RNA não-codificante. Grande parte do RNA não-codificante é produzida como a fita complementar ao mRNA e, portanto, é referida como RNA antisense (asRNA). Sua função tem sido incerta por um longo tempo. “Parecia inacreditável para mim que uma célula produzisse RNAs sem um propósito”, diz a professora Heike Krebber do Instituto de Microbiologia e Genética da Universidade de Göttingen.

“Isto é contrário à natureza.” A equipe de Krebber descobriu que o asRNA se combina com o mRNA, que é então preferencialmente transportado do núcleo celular para o citoplasma. Isso significa que a célula traduz as informações do mRNA em proteínas mais rapidamente do que seria o caso sem o asRNA. Portanto, o asRNA serve como um “impulsionador” para a expressão gênica. Isso é necessário para a célula em muitas situações, por exemplo, quando confrontada com condições ambientais nocivas ou estresse. Este trabalho é o próximo passo da pesquisa básica anterior da equipe, também publicada na Nature, que mostrou que os mRNAs ativados sob estresse não estão mais sujeitos ao controle de qualidade.

Os novos achados de pesquisa sobre os asRNAs resolvem a antiga questão de por que a célula às vezes produz grandes quantidades de asRNA. “Na biologia, isso é particularmente impressionante porque a célula gasta muita energia para produzi-la”, explica Krebber. O mecanismo que agora foi descoberto explica como as células podem reagir abruptamente a influências externas para produzir as proteínas necessárias imediatamente e em grandes quantidades para se adaptar às condições ambientais ou, por exemplo, para entrar em um determinado estágio de desenvolvimento. “Este novo entendimento coloca os asRNAs no foco da questão de como as doenças se desenvolvem e como podem ser combatidas”.