Munições dos EUA foram usadas em ataque a Rafah, mostra análise da CNN

As munições fabricadas pelos Estados Unidos foram usadas no ataque mortal israelense a um acampamento para palestinos deslocados em Rafah no domingo (26), revelou uma análise da CNN de vídeos da cena e uma revisão por especialistas em armas encontradas no local.

Foto: YouTube

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As munições fabricadas pelos Estados Unidos foram usadas no ataque mortal israelense a um acampamento para palestinos deslocados em Rafah no domingo (26), revelou uma análise da CNN de vídeos da cena e uma revisão por especialistas em armas encontradas no local.

CNN geolocalizou vídeos que mostram tendas em chamas após ataque no campo de deslocados conhecidas como “Kuwait Peace Camp 1.”

Por meio de vídeo compartilhado nas redes sociais, a CNN geolocalizou na mesma cena a cauda de uma bomba de pequeno diâmetro GBU-39 feita nos EUA (SDB), de acordo com quatro especialistas em armas explosivas que analisaram as imagens para a CNN.

O GBU-39, fabricado pela Boeing, é uma munição de alta precisão “projetada para atacar alvos de pontos estrategicamente importantes” e resultar em danos colaterais baixos, disse o especialista Chris Cobb-Smith à CNN.

No entanto, “usar qualquer munição, mesmo desse tamanho, sempre pode acarretar em riscos em uma área densamente povoada”, disse Cobb-Smith, ex-oficial de artilharia do Exército Britânico.

Trevor Ball, um ex-membro da equipe de eliminação de explosivos do Exército dos EUA que também identificou o fragmento como sendo de um GBU-39, explicou à CNN como chegou a essa conclusão.

“A porção da ogiva [da munição] é distinta, e a seção de orientação e asa é extremamente única em comparação com outras munições. Seções de orientação e asa de munições são muitas vezes os remanescentes deixados mesmo depois de uma detonação de munição. Eu vi a seção de atuação da cauda e soube instantaneamente que era uma das variantes do SDB/GBU-39”, afirmou.

A identificação da CNN da munição é consistente com uma alegação feita pelo porta-voz das Forças de Defesa de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, sobre a tragédia.

Hagari disse que o ataque – que alega ter como alvo comandantes do Hamas – usou duas munições com pequenas ogivas contendo 17 quilos de explosivos, acrescentando que essas bombas eram “as menores munições que nossos jatos poderiam usar.”

A ogiva GBU-39 tradicional tem uma carga explosiva de 17 quilos.

Além disso, os números de série nos destroços correspondem aos de um fabricante de peças GBU-39 com base na Califórnia – mais evidências de que as bombas foram feitas nos EUA.