Da Califórnia a Santos e Goiânia: como a PF identificou rota de venda de 12 mil munições ilegais a CACs

Um goiano que entrou ilegalmente nos Estados Unidos é a peça-chave na investigação da Polícia Federal (PF), que apura a venda ilegal de 20 mil munições e itens para munição ao longo de quase dois anos.

Da Califórnia a Santos e Goiânia: como a PF identificou rota de venda de 12 mil munições ilegais a CACs

As munições adquiridas nos Estados Unidos, acompanhadas de notas fiscais de compra emitidas no país, estavam em nome de moradores de Goiás.

Segundo os investigadores, apesar de terem sido adquiridas legalmente no exterior, as munições foram enviadas de forma clandestina ao Brasil, em contêineres com conteúdo autodeclarado como "mudança de pessoa física", sem a prévia autorização do Exército Brasileiro e sem comunicação do transporte às autoridades norte-americanas e brasileiras.

A partir dessa apreensão, a PF e a Homeland Security Investigations (HSI) identificaram que dezenas de outros contêineres provenientes dos Estados Unidos também destinados a moradores de Goiás adotaram o mesmo padrão de remessa nos meses seguintes. Essa foi a virada de chave no inquérito.

Nesta quinta-feira (28), as agências americanas e a PF conseguiram encontrar o vendedor de munições e prendê-lo de forma preventiva. Segundo investigadores da PF à CNN, ele responderá pelo crime em solo americano.

A prisão dele ocorreu durante a operação "Golden Gate", que, ao longo do dia, apreendeu 29 armas, R$ 12,6 mil, US$ 61,7 mil e realizou mais duas prisões em flagrante. A PF acredita ter cessado um dos principais fluxos de tráfico internacional referentes a armamento ao Brasil.

Munições de arma de fogo são produtos controlados e sua importação para o Brasil depende de prévia autorização do Exército Brasileiro.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Da Califórnia a Santos e Goiânia: como a PF identificou rota de venda de 12 mil munições ilegais a CACs no site CNN Brasil.