"Massacre de Paraisópolis": TJSP ouve 10 testemunhas em audiência; continuação marcada para junho
A Justiça de São Paulo ouviu nesta sexta-feira (17/5) parte das testemunhas envolvidas no caso conhecido como "Massacre de Paraisópolis", em que nove jovens morreram e outras 12 pessoas ficaram feridas após uma ação da Polícia Militar (PM) durante um baile funk na comunidade da Zona Sul de São Paulo, em 1º de dezembro de 2019.
A Justiça de São Paulo ouviu nesta sexta-feira (17/5) parte das testemunhas envolvidas no caso conhecido como "Massacre de Paraisópolis", em que nove jovens morreram e outras 12 pessoas ficaram feridas após uma ação da Polícia Militar (PM) durante um baile funk na comunidade da Zona Sul de São Paulo, em 1º de dezembro de 2019.
A audiência de instrução, realizada no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste, teve a presença de nove testemunhas de acusação, uma comum às partes e contou com a participação de 13 policiais militares acusados de participação nas mortes. Eles respondem em liberdade, sendo que 12 são réus por homicídio por dolo eventual e um é acusado de expor pessoas a perigo ao soltar explosivos.
Presidida pelo juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, da 1ª Vara do Júri, a sessão começou por volta das 10h40 e faz parte de uma etapa do processo para avaliar a existência de elementos que comprovem a participação dos réus nos crimes. A continuação da audiência está marcada para o dia 28 de junho.
De acordo com informações do Ministério Público, os policiais militares teriam encurralado as vítimas num beco sem saída, resultando na morte de oito delas por asfixia e uma por traumatismo. Nenhum dos mortos era morador da região, e ao menos uma pessoa teve lesões compatíveis com pisoteamento.
Os PMs alegaram que perseguiam suspeitos de roubo, que nunca foram encontrados, e que as vítimas morreram acidentalmente após um tumulto provocado pelos bandidos. Vídeos gravados por testemunhas e câmeras de segurança mostram o momento da intervenção policial e a dispersão dos frequentadores do baile.
Segundo a Promotoria, os policiais fecharam as vias de acesso ao baile, impedindo a saída dos frequentadores, e lançaram bombas em direção às vítimas. Laudos necroscópicos confirmaram que a maioria delas morreu por asfixia.
Atualmente, os PMs réus no caso estão afastados do patrulhamento de rua, mas continuam trabalhando administrativamente na corporação.