Israel teme mandados de prisão "secretos" de Haia contra autoridades do país

O governo israelense está preocupado com a possibilidade de que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emita mandados de prisão "secretos" contra funcionários do governo de Israel devido à ofensiva na Faixa de Gaza contra o grupo terrorista palestino Hamas.

Foto: MOHAMMED SABER -

Foto: MOHAMMED SABER -

O governo israelense está preocupado com a possibilidade de que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emita mandados de prisão "secretos" contra funcionários do governo de Israel devido à ofensiva na Faixa de Gaza contra o grupo terrorista palestino Hamas.

De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, mais de 34 mil palestinos teriam morrido na ofensiva de Israel, iniciada após os atentados do grupo terrorista em território israelense em outubro do ano passado.

Israel contesta esses números do Hamas e alega que toma medidas para minimizar baixas civis, como emitir avisos para evacuação antes de bombardeios.

Uma fonte da equipe do governo israelense que trabalha para evitar mandados de prisão do TPI contra autoridades disse ao site de notícias local Ynet sobre a "preocupação" de que Haia emita secretamente as ordens de detenção, com os funcionários visados só sabendo que são procurados quando viajassem para a Europa.

De acordo com o Ynet, a fonte alegou que a conduta do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que na sexta-feira (26) disse que Israel "nunca aceitará" qualquer ordem de prisão do TPI contra funcionários israelenses devido à ofensiva, e de seus aliados gera dificuldades, ao "antagonizar" com o procurador-chefe do tribunal, Karim Khan.

"O pessoal do Netanyahu está se comportando como um elefante numa loja de cristais", disse a fonte. "A questão é quanta proteção diplomática Antony Blinken [secretário de Estado americano] dará quando chegar na terça-feira a Israel".

Nesta segunda (29), também citando fontes não identificadas, a Bloomberg informou que os EUA e aliados estão "preocupados" com a possibilidade de o TPI emitir mandados de prisão contra autoridades israelenses.

Um porta-voz do governo dos EUA disse que o TPI não tem jurisdição sobre o caso, porque Israel não ratificou o Estatuto de Roma, que criou a corte.