Museu lança cartilha sobre aves com tradução para língua xavante

Museu lança cartilha sobre aves com tradução para língua xavante (Foto: Divulgação) Em uma iniciativa que busca promover a inclusão e a preservação da cultura indígena, o Museu de História Natural do Araguaia (MuHna), do Campus Araguaia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), lançou neste mês, em referência às comemorações do Abril Indígena, a cartilha "Aves do MuHna".

Museu lança cartilha sobre aves com tradução para língua xavante
Museu lança cartilha sobre aves com tradução para língua xavante (Foto: Divulgação)

Em uma iniciativa que busca promover a inclusão e a preservação da cultura indígena, o Museu de História Natural do Araguaia (MuHna), do Campus Araguaia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), lançou neste mês, em referência às comemorações do Abril Indígena, a cartilha "Aves do MuHna". A publicação, bilíngue em português e em a'uwe mreme, língua xavante, destaca a importância de 10 espécies de aves para o povo xavante.

Como explica o professor de Jornalismo Deyvisson Pereira da Costa, um dos idealizadores do projeto, a iniciativa surgiu da necessidade de engajar os estudantes indígenas, que compõem uma parte significativa do público do museu, na exploração do acervo. "Pensamos em como estabelecer estratégias para trazer esses estudantes para uma participação mais efetiva da fruição desse acervo, de como eles poderiam não apenas aprender, mas também estabelecer trocas", relembra o professor.

O processo de colaboração com os xavante foi fundamental para o sucesso do projeto. Também idealizador da cartilha, o professor Maxwel Miranda, especialista em linguística, junto ao professor indígena Oscar Wa´raimé Uberete, trabalharam na tradução e na seleção das aves que possuem significância cultural para o povo xavante. A colaboração resultou em uma cartilha que não apenas educa sobre as aves do Cerrado, mas também preserva a língua e a cultura xavante.

(Foto: Reprodução)

O lançamento da publicação aconteceu na última, na Escola Estadual Irmã Diva Pimentel, em Barra do Garças. Para Deyvisson, o interesse dos alunos xavante na ocasião, evidenciou como o material serve como uma ferramenta de reconhecimento e fortalecimento da identidade cultural "Eu estive na escola onde foi lançada a cartilha e foi perceptível como os alunos indígenas se interessaram em ler as palavras para os colegas. Havia um material que dizia deles, em que eles podiam se ancorar ou se apoiar para se afirmar enquanto identidade. E isso foi muito importante e muito válido".

Diante do sucesso da iniciativa, o MuHna planeja expandir esse tipo de projeto para outros povos e temas no futuro. O plano é que o próximo passo seja a elaboração de uma cartilha sobre os mamíferos do MuHna, focada na cultura dos Bororo, outro povo indígena residente em Mato Grosso. "Os mamíferos são representantes dos clãs desse povo. Então, nesse caso, enquanto as aves têm relevância para os xavantes, os mamífero têm relevância para os bororos", explica.