Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Energia

UBS vê riscos na renovação de concessões de energia elétrica

O UBS, maior instituição financeira da Suíça, afirma ver riscos no setor de energia elétrica brasileira.


Foto: Poder360

O UBS, maior instituição financeira da Suíça, afirma ver riscos no setor de energia elétrica brasileira. Em relatório divulgado a investidores no domingo (7.abr.2024), o banco disse que as notícias recentes aumentam os riscos políticos e regulatórios e levantaram uma bandeira amarela para as distribuidoras.

O documento destaca que a prioridade dos investidores em empresas que prestam serviços públicos é a estabilidade regulatória, mas que o cenário atual coloca em risco essa estabilidade e o fluxo de caixa das concessionárias, podendo afetar inclusive o processo de renovação das concessões de distribuição.

A instituição elenca 2 motivos que ampliaram os riscos. O 1º é o reajuste da CEA Equatorial, distribuidora do Amapá, que tinha direito a um aumento de 34% das tarifas mas teve o processo aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) com reajuste zero.

Na prática, a decisão empurra o aumento para o processo de revisão tarifária anual, que será avaliado em dezembro. Assim, daria ao governo federal tempo para publicar uma MP (medida provisória) que aporte recursos na concessão com o objetivo de atenuar o efeito do reajuste.

Trata-se de uma costura política de autoridades influentes no Estado, como o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Como mostrou o Poder360, a decisão dividiu a agência reguladora e o próprio diretor-geral, Sandoval Feitosa, afirmou que ela pode trazer insegurança jurídica e regulatória.

Segundo o UBS, diante do ocorrido no Amapá, fica uma preocupação com o impacto do precedente em outras distribuidoras com tarifas mais elevadas e localizadas em Estados com menor renda per capita. Os grupos empresariais mais impactados seriam a Equatorial, Neoenergia e a Energisa, conforme o relatório.

Outro problema, segundo o banco, é o aumento progressivo da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que reúne encargos regulatórios e subsídios pagos pelos consumidores através das contas de luz. O valor tem subido a cada ano. Para 2024, deve ser de R$ 37,1 bilhões. Esse custo, porém, pode quase dobrar até 2029.

“O setor elétrico brasileiro conseguiu a façanha de criar um cenário onde o palco é dividido por um excesso de oferta de energia e algumas das tarifas mais altas do mundo. Nossa visão é que essa distorção resulta de subsídios excessivos, políticas de expansão da matriz energética longe dos centros de carga, instabilidade política e regulatória e atrasos na resolução das distorções”, diz trecho do relatório.

Todo esse cenário leva incertezas ao processo de renovação das concessões de distribuidoras de energia. Uma das preocupações é com a demora para definição das regras que irão balizar as negociações para prorrogar 20 concessões que vencem de 2025 a 2032.

O UBS diz que o Ministério de Minas e Energia tem feito declarações que levantam dúvidas sobre o processo. Na semana passada, o ministro Alexandre Silveira disse que vai "arrancar até a última gotinha, todas as gotinhas possíveis e toda energia possível do processo de renovação a favor da qualidade dos serviços das distribuidoras".

O relatório destaca que cabe ao governo, enquanto poder concedente, definir os critérios para permitir a renovação. No entanto, os analistas acreditam que a decisão não será puramente técnica diante de pressões políticas por menores tarifas, mais investimentos e melhoria na qualidade dos serviços de algumas distribuidoras.

A demora em definir as regras pode fazer com que as distribuidoras com contratos para vencer tenham dificuldades para prorrogar as suas dívidas e contratar empréstimos. O caso mais preocupante é o da EDP Espírito Santo, a 1ª empresa que terá a concessão encerrada em julho de 2025.

“A falta de critérios poderá criar problemas e incertezas no curto prazo. Duas preocupações principais são a cobrança de dívidas e o investimento. A maior parte da dívida total da EDP Espírito Santo não vence depois de julho de 2025. O mesmo acontece com os prazos dos empréstimos. Dito isto, os distribuidores podem ter dificuldade em prorrogar as suas dívidas”, diz o documento.

PODER 360

Economia Energia Agência Nacional De Energia Elétrica Alexandre Silveira Amapá Aneel Banco UBS CDE CEA Equatorial Concessões De Energia Conta De Desenvolvimento Energético Davi Alcolumbre Distribuidoras De Energia EDP EDP Espírito Santo Encargos Setoriais Energia Energia Elétrica Energisa Equatorial

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!