Irmãos Brazão têm reduto eleitoral em área dominada por milícias no RJ

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), de 59 e 62 anos, foram presos na manhã deste domingo (24.

Irmãos Brazão têm reduto eleitoral em área dominada por milícias no RJ
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O Poder360 lista abaixo a trajetória de Domingos:

  • 1996 – é eleito vereador pelo Rio;
  • 1998 – assume cadeira na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) como deputado estadual. Fica por 5 mandatos consecutivos, até 2015;
  • 2014 – protagoniza uma discussão com a então deputada estadual Cidinha Campos (PDT), que o acusa de tê-la ameaçado. O bate-boca no plenário foi retirado do ar e as notas taquigráficas foram apagadas. Jornais da época citam relatos de deputados –que não são identificados;
  • 2014 – faz campanha à reeleição da então presidente Dilma Rousseff (PT);
  • 2015 – é eleito conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro). O relator da candidatura de Domingos ao órgão é o petista André Ceciliano, à época presidente da Alerj e, atualmente, secretário de Assuntos Federativos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que emite parecer favorável. Todos os partidos votam a favor da candidatura de Domingos, exceto o Psol, partido de Marielle;
  • 2017 – é preso pela operação Quinto do Ouro, desdobramento da Lava Jato no Rio. Veio a ser posteriormente solto e autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para voltar a exercer o cargo de conselheiro;
  • 2019 – PGR (Procuradoria Geral da República) denuncia Domingos por tentar obstruir a investigação do assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) rejeita a denúncia;
  • 2022 – segundo o g1, Domingos indica ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), o advogado André Nahass para o cargo de secretário de Transportes. Domingos nega a indicação;
  • 2023 – é homenageado pelo atual presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL), que o agradece ao assumir o cargo. Domingos fez campanha para que Bacellar fosse eleito.

OUTROS INTEGRANTES DA FAMÍLIA BRASÃO

O outro acusado da família Brasão de ser mandante do assassinato de Marielle, Chiquinho é deputado federal pelo União Brasil. Já foi filiado ao Avante. Também foi vereador na Câmara Municipal do Rio pelo MDB por 12 anos.

Em 2022, apoiou a a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Um ano depois, em 2023, assumiu a Secretaria Municipal de Ação Comunitária da Prefeitura do Rio, na gestão de Eduardo Paes (PSD). Em fevereiro de 2024, deixou o cargo a pedido. Na mesma época, a mídia noticiou que Ronnie Lessa estaria negociando uma delação.

Além de Domingos e Chiquinho, a família tem mais um irmão na política do Rio de Janeiro: o irmão mais velho, Pedro Brazão (União Brasil-RJ), de 63 anos, foi eleito deputado estadual em 2018, e, depois, reeleito em 2022.

Nas eleições de 2022, as candidaturas de Pedro e Chiquinho à Alerj receberam o apoio de Cláudio Castro.

Assista:

Na 3ª feira (19.mar), Pedro concedeu à Daniele Cunha (União Brasil-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, e Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), ex-ministra do Turismo do governo Lula, a medalha Tiradentes (concedida a pessoas que “tenham serviços prestados ao Estado, ao Brasil ou à humanidade”, segundo a Alerj). Domingos participou da cerimônia, realizada na Alerj.

Também faz parte do clã o vereador Waldir Brazão (sem partido), de 59 anos, eleito em 2020. Waldir não faz parte da família, mas era chefe de Gabinete de Pedro Brazão e foi autorizado a usar o sobrenome em sua candidatura.