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Após notícias de racha, ala do PT diz que divergências são naturais

A CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente majoritária do PT (Partido dos Trabalhadores), divulgou uma nota nesta 3ª feira (11.


Foto: Sergio Lima - Poder360

A CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente majoritária do PT (Partido dos Trabalhadores), divulgou uma nota nesta 3ª feira (11.mar.2025) dizendo que divergências e disputas internas são naturais, mas que estas foram instrumentalizadas na mídia para o “o rebaixamento do debate político”. A imprensa noticiou um racha na CNB, que demonstrava resistência ao nome de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), para ser o novo presidente da sigla depois das eleições marcadas para julho.

“Divergências e disputas internas, também naturais e legítimas, têm sido instrumentalizadas em veículos de mídia, como tem ocorrido ao longo da história do PT, sempre no intento de desqualificar o partido e sua democracia interna”, escreveu o grupo na nota. Eis a íntegra (PDF – 44 kB).

O imbróglio envolvendo a CNB começou quando Edinho criticou, em publicação no Instagram no domingo (9.mar.2025), o uso da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como arma de disputa interna da sigla.

Citou o vazamento de reunião fechada com Lula e uma corrente petista, a CNB (Construindo um Novo Brasil), na qual o chefe do Executivo teria sido alertado sobre resistência ao nome de Edinho.

Assista ao vídeo publicado por Edinho (5min8s):

A nota da CNB cita essa reunião. Diz que era um encontro para definir quem ficaria no lugar de Gleisi Hoffmann interinamente e qual seria o perfil da pessoa que deveria suceder a agora ministra definitivamente.

“Também foram feitas considerações sobre o perfil da futura direção, que seja capaz de conduzir o partido com unidade na defesa do governo Lula e das conquistas para a população, como foi durante toda a presidência de Gleisi Hoffmann”, escreveu.

O relato feito a Lula, segundo o que foi dito à imprensa, seria de que Edinho enfrenta resistência para o comando da legenda e que o petista e a deputada deveriam apoiar outro nome.

Segundo Edinho, o encontro era para unificar o partido, sendo vazado por quem usa Lula para seus projetos pessoais dentro do PT, em detrimento dos projetos coletivos da sigla.

Na nota desta 3ª feira (11.mar), a CNB diz que o presidente Lula merece respeito: “Por toda a sua trajetória como fundador e maior liderança política do país e do PT, o presidente Lula é e sempre foi referência natural e absolutamente legítima nos processos internos do partido. Lula merece respeito”.

Apesar de criticar os ataques pessoais e o uso da mídia para fazer política interna na sigla, o grupo diz que ainda trabalha para buscar uma solução unitária para a disputa eleitoral marcada para o meio do ano.

“A coordenação da CNB repudiará sempre os ataques pessoais e o rebaixamento do debate político. E seguirá dialogando internamente para construir uma solução de unidade partidária, respeitando a coordenação do presidente em exercício Humberto Costa e tendo como referência o legado da ex-presidenta Gleisi Hoffmann e a liderança inconteste do presidente Lula.”

Edinho segue favorito

Assim como escreveu a CNB na nota, o Poder360 mostrou que, mesmo com um racha na ala majoritária, o novo presidente do PT deve ser quem Lula e Gleisi indicarem.

Na 2ª feira (10.mar), Edinho esteve no Planalto para a posse da ex-presidente do PT Gleisi Hoffmann. Ele foi tietado pelos petistas presentes, que o chamaram de presidente, futuro presidente e afins. Aliados dizem, entretanto, que o próprio Edinho é contra que Lula declare apoio na eleição petista, marcada para julho de 2025.

Uma parte da CNB diz que apoiará o nome que o presidente Lula escolher –e tudo indica que este nome é o de Edinho, que enfrenta resistência de lideranças do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Outro lado defende que o chefe do Executivo não deve interferir no processo interno do PT e pedem por uma 2ª via. Nomes como o do deputado federal Rui Falcão, do senador e presidente interino do PT, Humberto Costa (PT-PE) e do líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) estariam na mesa.

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