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Poder Internacional

Itamaraty pede a brasileiros na Síria que deixem o país

O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota na 2ª feira (10.


Foto: Poder360

O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota na 2ª feira (10.mar.2025) pedindo que brasileiros deixem a Síria. O Itamaraty afirmou estar preocupado com a escalada de violência no país, que já resultou em mais de 1.000 mortes, em sua maioria, de civis.

Segundo o ministério, não há brasileiros entre as vítimas. O Itamaraty informou que a Embaixada do Brasil em Damasco, capital da Síria, está em contato com representantes de comunidades brasileiras no país.

O Itamaraty elaborou uma lista com recomendações para brasileiros que estejam na Síria ou queiram viajar ao país. São elas:

"Ao expressar repúdio ao recurso à violência, sobretudo contra civis, o Brasil transmite condolências aos familiares das vítimas e insta as partes envolvidas ao exercício da contenção. Reitera, ainda, sua posição em favor de transição política pacífica e inclusiva, com respeito da independência, unidade, soberania e integridade territorial da Síria", disse o Itamaraty, na nota.

CONFLITO NA SÍRIA

O gabinete de Ahmad al-Sharaa, presidente interino da Síria, declarou no domingo (9.mar) que o governo vai formar um comitê independente para investigar as mortes em confrontos entre apoiadores do novo regime e forças leais ao ex-presidente Bashar al-Assad.

"Anunciamos a formação de uma comissão de apuração de fatos sobre os acontecimentos na costa e formamos uma comissão superior", disse al-Sharaa. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, mais de 1.000 pessoas já morreram nos confrontos entre apoiadores de Bashar al-Assad e as forças de segurança do novo regime do país.

Um porta-voz da Federação Alauita na Europa, identificado apenas como Mert, afirmou que grupos jihadistas ligados ao novo governo da Síria estão promovendo uma "limpeza étnica" contra a minoria alauita no país. Contou, em entrevista à TV Globo no domingo (9.mar), que corpos estão sendo jogados no mar ou queimados para tentar acobertar as mortes.

"Precisamos de intervenção internacional. Isso é realmente importante, porque está acontecendo uma limpeza étnica. É um genocídio", disse o porta-voz, que afirmou ter medo de mostrar o rosto.

Grupo étnico-religioso do qual pertence o ex-presidente Bashar al-Assad, os alauitas representam cerca de 10% da população síria. A comunidade tem o núcleo localizado nas províncias costeiras de Latakia e Tartus. Os confrontos eclodiram depois de os alauitas lançarem um ataque às forças de segurança na cidade de Jableh, em Latakia. O ataque resultou na maior onda de violência no país desde a queda de Assad em dezembro de 2024.

Mert declarou que o número de mortes é muito maior do que foi divulgado. O porta-voz disse que jihadistas aliados do HTS (Hayat Tahrir al-Sham), grupo rebelde responsável por depôr al-Assad do poder, cometem crimes contra a população.

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