"Vamos aguardar": Alckmin pede cautela ao Brasil sobre possíveis tarifas dos EUA em aço e alumínio

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (10) que o Brasil deve aguardar os anúncios sobre a taxação de aço e alumínio prometidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes de tomar qualquer medida de resposta.

Foto: Gazeta Brasil

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (10) que o Brasil deve aguardar os anúncios sobre a taxação de aço e alumínio prometidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes de tomar qualquer medida de resposta. "É uma relação equilibrada, é um ganha-ganha. Eles até têm um pequeno superávit sobre o Brasil. Vamos aguardar ainda essa questão da taxação. Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. A nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações", disse Alckmin durante um evento no interior de São Paulo.

As declarações de Alckmin estão alinhadas com o que disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mais cedo. "O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos", declarou Haddad. O Brasil se prepara para enfrentar um aumento de tarifas que pode ter grande impacto para os exportadores.

No domingo (9), Donald Trump anunciou que nesta segunda-feira (10) irá impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Metade do aço brasileiro exportado tem os Estados Unidos como destino, representando um mercado de 6 bilhões de dólares em vendas. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA somaram 40,3 bilhões de dólares, ou 12% do total exportado, enquanto as importações de produtos americanos alcançaram 40,6 bilhões de dólares — 15,5% do total.

Além disso, Trump prometeu anunciar tarifas recíprocas na terça-feira (11) ou quarta-feira (12), que entrarão em vigor quase imediatamente. O mercado começa a semana agitado após as declarações do presidente americano. O Brasil deve ser um dos países afetados pela taxação. Em 2024, os americanos compraram cerca de R$ 27 bilhões em produtos brasileiros do setor de "Aço e Ferro", fazendo do Brasil o segundo maior fornecedor desse tipo de material aos EUA.

O republicano ainda promete tarifas recíprocas como medidas a serem aplicadas aos países que "tiram vantagens dos EUA".