Rebeldes Avançam: Cerco a Damasco Aumenta Pressão para Derrubar Ditador Sírio
O líder do grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que liderou uma impressionante ofensiva, conquistando cidades estratégicas do regime sírio, convocou seus combatentes a se prepararem para tomar a capital, Damasco.
O líder do grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que liderou uma impressionante ofensiva, conquistando cidades estratégicas do regime sírio, convocou seus combatentes a se prepararem para tomar a capital, Damasco.
"Damasco os espera", declarou Ahmed al-Sharaa, em comunicado divulgado pelo Telegram e direcionado aos combatentes rebeldes, utilizando seu nome verdadeiro em vez de seu nome de guerra, Abu Mohammed al-Jolani.
Na sexta-feira, em entrevista à CNN, o líder rebelde destacou que o principal objetivo de sua coalizão é derrubar o regime de Bashar al-Assad. "Quando falamos de objetivos, a finalidade da revolução continua sendo a queda deste regime. Temos o direito de usar todos os meios disponíveis para alcançar essa meta", afirmou, enfatizando que as "sementes da derrota do regime sempre estiveram dentro dele".
Em sua declaração, Jolani, que no passado esteve ligado à Al-Qaeda, afirmou que seu grupo continua avançando rapidamente na Síria, enquanto ele tenta se distanciar de suas raízes extremistas. Essa mudança de postura tem se evidenciado à medida que Jolani busca se apresentar mais como um líder político do que como uma figura obscura nas sombras.
Durante a entrevista, ele ressaltou a necessidade de transição para um sistema de governo "institucional", rejeitando o autoritarismo de um único líder, como Assad.
Com o controle de importantes cidades estratégicas, como Aleppo e Hama, os rebeldes desafiam abertamente o regime de Assad e seus aliados, Irã e Rússia, reacendendo uma guerra civil que havia perdido intensidade nos últimos anos.
Jolani defendeu que o futuro da Síria deve ser baseado em um governo eleito pelo povo, com instituições sólidas substituindo o sistema arbitrário atualmente dominado por uma figura central.
Neste sábado, os rebeldes sírios anunciaram ter "iniciado o cerco" a Damasco após tomarem cidades vizinhas, enquanto o exército sírio negou ter abandonado suas posições próximas à capital.
"Nossas forças começaram a fase final do cerco à capital, Damasco", afirmou Hassan Abdel Ghani, alto comandante da coalizão rebelde.
Por outro lado, o Ministério da Defesa sírio rebateu: "As informações de que nossas forças armadas, presentes em todas as áreas do entorno de Damasco, se retiraram são infundadas".
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), o exército sírio recuou de posições localizadas a cerca de 10 quilômetros ao sudoeste de Damasco.
Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, informou que grupos locais assumiram o controle de toda a província de Daraa, no sul do país, região que faz fronteira com a Jordânia. A capital regional, berço dos protestos populares de 2011 durante a chamada "Primavera Árabe", também está sob domínio dos grupos rebeldes.
Enquanto isso, ativistas relataram que grupos drusos assumiram o controle da cidade de Al Sueida, capital da província de mesmo nome, a leste de Daraa.
O presidente Bashar al-Assad permanece em silêncio há quase uma semana, sendo sua última declaração oficial publicada em 2 de dezembro na página oficial da Presidência síria.
Diante da escalada de tensões, os ministros das Relações Exteriores de Rússia, Turquia e Irã pediram neste sábado o cessar imediato das hostilidades na Síria após uma reunião tripartite realizada em Doha.
Os três países, atuando como garantes do processo de paz, também apelaram a Damasco e aos rebeldes para iniciarem um diálogo, afirmou Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, segundo a agência TASS.