Oposição sul-coreana pede impeachment de presidente por lei marcial
Partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram nesta 4ª feira (4.
Partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram nesta 4ª feira (4.dez.2024) um pedido de impeachment do presidente do país, Yoon Suk-yeol (Partido do Poder Popular, direita). Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o texto foi assinado por 191 parlamentares de 6 siglas –entre elas, a principal sigla da oposição, o Partido Democrata.
O pedido se dá depois que o presidente sul-coreano ter decretado lei marcial. Pouco depois, o Parlamento do país votou pela derrubada da medida. Horas depois o decreto foi revogado.
Conforme a agência de notícias, os partidos planejam analisar o pedido em uma sessão na 5ª feira (5.dez) e votar o projeto na 6ª feira (6.dez) ou sábado (7.dez).
Yoon Suk-yeol disse ter decretado a lei marcial para conter movimentos "pró-Coreia do Norte". A medida suspende os direitos civis, limitou atuação da imprensa e das Forças Armadas ao governo e substituiu as leis por normas militares.
A ação do presidente sul-coreano causou uma série de manifestações e divergências políticas no país. Por conta disso, o Poder360 organizou a cronologia do episódio de 3ª feira (3.dez) para auxiliar a compreensão dos fatos. Leia:
- Presidente decreta lei marcial – às 23h do horário local (11h do horário de Brasília), o presidente Yoon Suk-yeol decretou lei marcial no país. A medida anunciada pelo líder sul-coreano suspendia os direitos civis, limitava a atuação da imprensa e das Forças Armadas ao governo e substituía as leis por normas militares. Segundo presidente, o decreto foi acionado para conter movimentos "pró-Coreia do Norte" do país. O anúncio foi seguido da ida de cidadãos à Assembleia Nacional para protestarem contra a ação.
- Líder do partido governista é contra – por volta 23h15 do horário local (11h15 no horário de Brasília), Han Dong-hoon, chefe do partido do presidente, disse ser contra a medida. Afirmou que trabalharia com parlamentares da oposição para derrubar o decreto.
- Exército tenta invadir Legislativo – por volta de 1h do horário local (13h no horário de Brasília), militares das Forças Armadas da Coreia do Sul tentaram invadir o plenário onde estavam os parlamentes, que estavam prestes a iniciar a votação para derrubar a medida presidencial. Manifestantes entraram em confronto com os soldados.
- Início da votação na Assembleia – por volta de 1h10 do horário local (13h10 no horário de Brasília), os parlamentares começaram a votação contra a lei marcial imposta pelo presidente enquanto militares ainda tentavam invadir a sede do Legislativo.
- Legisladores exigem suspensão da lei marcial – por volta de 2h do horário local (14h no horário de Brasília), a votação para derrubar a lei marcial foi encerrada. Os 190 parlamentares presentes na Casa no momento foram contrários à ação de Yoon.
- Exército deixa Legislativo – logo em seguida à votação, os militares sul-coreanos saíram do prédio da Assembleia Nacional sob vaias de manifestantes.
- Presidente suspende lei marcial – às 4h30 do horário local (16h30 no horário de Brasília), Yoon Suk-yeol revoga o decreto anunciado por ele na noite do dia anterior. Afirmou que a decisão foi motivada pela votação da Assembleia Nacional.
- Oposição ameaça impeachment – por volta das 8h do horário local (20h no horário de Brasília), o Partido Democrata (centro-direita), de oposição, disse que iniciará um processo de impeachment contra o presidente caso ele não renuncie ao cargo.
- Secretários pedem demissão – por volta das 10h do horário local (22h no horário de Brasília), 10 secretários do governo Yoon Suk-yeol se demitiram, aumentando a pressão sobre o chefe do Executivo que ainda não renunciou.