Embaixador palestino diz que Netanyahu quer continuar com a guerra

O embaixador da Autoridade Palestina, Ibrahim Alzeben, criticou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu por querer "manter a guerra" na Faixa de Gaza.

Embaixador palestino diz que Netanyahu quer continuar com a guerra
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Assista (1min33s):

No início do ano, a avaliação de Netanyahu pela população de Israel não era boa. Pesquisa do IDI (Instituto de Democracia de Israel) mostrou que só 15% dos israelenses afirmaram querer que o primeiro-ministro continuasse no cargo depois do término da guerra contra o grupo Hamas em Gaza.

VETOS DOS EUA ATRAPALHAM A PALESTINA

Ao Poder360, Alzeben também fez críticas aos vetos dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por um cessar-fogo na região. Para o embaixador, o fato de o país sempre vetar as propostas representa um "desequilíbrio" nas instituições internacionais.

O país já vetou propostas em outras duas ocasiões: em dezembro de 2023 e em outubro do mesmo ano, dias depois da escalada de tensão em Gaza. A justificativa foi o domínio do grupo Hamas sobre reféns israelenses.

Na avaliação do embaixador, os vetos atrapalham a busca por uma solução do conflito. Ele afirmou que os EUA, como o principal fornecedor de armas e equipamentos bélicos para Israel, "alimenta" a guerra.

Para Alzeben, os países que apoiam diretamente e militarmente Israel são "cúmplices" e participantes na guerra, no entanto, ele disse ter "esperança" de que a Palestina venha a ser um Estado independente.

"Desde 1947, estamos aguardando a criação do Estado da Palestina, porque a resolução de partilha falou em 2 Estados e esse Estado será instaurado na Palestina, eu tenho certeza. Eu não tenho dúvidas", disse o representante da Autoridade Palestina.

A região é palco de conflitos desde 1948. Os atritos começaram depois que a ONU fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu, depois da 2ª Guerra Mundial e do Holocausto. No entanto, os árabes recusaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.

Os 2 grupos reivindicam o território, que tem importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.

Veja as imagens feitas pelo fotógrafo do Poder360, Sérgio Lima: