Após baixista perder quatro dedos em acidente, banda Zimbra lança single e planeja futuro

O acidente de buggy que fez o baixista Guilherme Góes perder quatro dedos da mão direita não alterou os planos da banda de pop rock santista Zimbra.

Após baixista perder quatro dedos em acidente, banda Zimbra lança single e planeja futuro

O acidente de buggy que fez o baixista Guilherme Góes perder quatro dedos da mão direita não alterou os planos da banda de pop rock santista Zimbra. Menos de duas semanas após o caso, o grupo lançou o novo single, “O Que Era Certo” — primeira faixa do novo disco que deve ser lançado no final do mês — na última sexta-feira (2) e já programa os próximos passos que envolvem a turnê. Em entrevista à Jovem Pan News, o vocalista Rafael Costa, mais conhecido pelo nome artístico Bola, conta que a música representa a cara do novo álbum e reflete um momento de empolgação da banda, em consolidação no cenário nacional. Apesar de ser lançada em agosto deste ano, a faixa surgiu em 2013, à época do primeiro disco “O Tudo, o Nada e o Mundo”.

"A gente não mexeu muito na música. Mudamos alguma coisa ou outra em relação a timbres, mas ela ficou praticamente do mesmo jeito", conta o vocalista, que celebra a atemporalidade do trabalho "sem assuntos datados" — meses após o grupo finalizar uma turnê de comemoração dos dez anos do álbum de estreia. "Mesmo tendo vontade de fazer coisas diferentes o tempo todo, é legal tocar alguma coisa de 15 anos atrás e ver que isso resistiu ao teste do tempo, que as músicas ainda fazem sentido", completa. A turnê especial terminou em maio, com dezenas de datas por várias cidades do país. Mais do que apenas recordar a fase inicial do quarteto, ainda chamado de "Panorama", e o disco inaugural, tocado na íntegra em todas as apresentações, os shows serviram como uma reconexão com sentimentos e referências passadas. "Não foi planejado, mas automaticamente tomou um espaço dentro da gravação do quinto disco", explica Bola.

De fato, “O Que Era Certo” faz os fãs viajarem no tempo a partir da primeira nota. Em dois minutos e 57 segundos, o trabalho da Zimbra traz o que a banda apresenta de melhor desde sempre: melodias fortes e a levada característica. Com o som bem harmonizado entre as duas guitarras, baixo e bateria, as letras sentimentais de Costa ajudam a ampliar a emoção. O single e o disco novo contam com a produção de Sergio Fouad, na primeira colaboração com os santistas, mas o terceiro com a gravadora Midas Music, de Rick Bonadio. Bola destacou a participação de Fuad durante a gravação, afirmando que o produtor, que já atuou com os Titãs, enalteceu pontos fortes e "nos deixou muito à vontade" no estúdio.

O baixista Guilherme Goés (Divulgação/Zimbra)

Olhando para o futuro

O cancelamento do show em Campinas, marcado para o dia 21, preocupou os seguidores da banda. Na véspera da apresentação, o baixista Guilherme Góes sofreu um grave acidente de buggy durante um passeio em Campos do Jordão. Internado, ele perdeu os quatro dedos da mão direita, mas diz se sentir aliviado e contente por ainda contar com o polegar. Com a mão enfaixada, Góes diz ter certeza do retorno aos palcos. "No começo, o processo de assimilação foi bem difícil. Os médicos estão felizes que estou tendo uma recuperação muito boa e estou muito grato por estar vivo, me sentindo muito amado. Mais cedo ou mais tarde, vou fazer a única coisa que sei fazer nessa vida", afirmou o músico em um comunicado publicado pelas redes sociais uma semana após o incidente.

Para Costa, a única preocupação atual é a recuperação do colega. "O Guilherme é um baixista muito técnico e, tecnicamente, é muito possível que ele toque apenas com o dedão. Ele já fazia isso em algumas ocasiões e ele vai voltar a fazer", diz o músico. Apesar de comemorar o estado anímico e de saúde do baixista, ele admite ainda não ser possível definir uma data exata para a volta aos ensaios e da nova turnê — que, novamente, deve percorrer todo o Brasil.

Com o calendário incerto, Bola aguarda ansiosamente o lançamento do novo disco — ainda sem nome divulgado. "É o álbum das nossas vidas", crava, apostando no entrosamento musical e na maturidade vista nas gravações. "Amamos fazer música, arte e priorizamos isso, mas aqui não tem nenhum herdeiro. Além desse fator artístico, vamos fazer o possível para que esse disco possa prover uma vida minimamente confortável, que ele consiga fazer a gente viver de música pelo resto das nossas vidas".