Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Justiça

STF retoma julgamento sobre porte pessoal de drogas nesta 4ª

O STF (Supremo Tribunal Federal) retoma nesta 4ª feira (6.


A ação julgada pela Corte questiona o artigo 28 da Lei das Drogas (Lei 11.343/2006), que trata sobre o transporte e armazenamento para uso pessoal. As penas previstas são brandas: advertência sobre os efeitos, serviços comunitários e medida educativa de comparecimento a programa ou curso sobre uso de drogas.

Além da descriminalização do porte pessoal, a Corte discutirá os requisitos para diferenciar uso pessoal de tráfico de drogas. Atualmente, a Lei de Drogas determina que a definição fica a critério do juiz.

O julgamento começou em 2015, mas ficou paralisado por pedido de vista do então ministro Teori Zavascki. Ele morreu em um acidente aéreo em 2017. Ao assumir o lugar deixado por Teori, o ministro Alexandre de Moraes herdou o caso e liberou para votação em novembro de 2018. Agora, o julgamento está sob a relatoria de Gilmar Mendes.

TENSÃO COM O CONGRESSO

A análise do tema foi um dos pontos primordiais para a crise instaurada entre os poderes Legislativo e Judiciário. Neste momento, tramita no Senado Federal uma PEC (Proposta de Emenda a Constituição) que propõe criminalizar todas as drogas, independentemente da quantidade.

A proposta, no entanto, não deve tramitar sem que a Corte finalize o julgamento sobre o tema, conforme mostrou o Poder360. O motivo foi a declaração do presidente do STF, ministro Roberto Barroso, sobre o julgamento não significar a descriminalização de drogas no país.

"Não há descriminalização de coisa alguma. Quem despenalizou o porte pessoal de droga, há muitos anos, foi o Congresso. O que o Supremo vai decidir é qual a quantidade que deve ser considerada para tratar como porte ou tratar como tráfico", afirmou o ministro durante evento jurídico em São Paulo.

O Poder360 apurou que a cúpula do Senado viu como positiva a fala de Barroso e avalia que não existe a necessidade de andar com a PEC. No entanto, quer aguardar o fim do julgamento e ler a decisão na íntegra para daí fechar questão sobre o assunto.

Segundo o advogado Fábio Ferraz dos Passos, o julgamento não deve enfraquecer a PEC e haverá a possibilidade de o Congresso impedir a regulamentação da quantidade para diferenciar tráfico de uso pessoal.

"Infelizmente é um embate político que precisa ser muito bem articulado para que não jogue todo o tempo e esforços desse julgamento por água abaixo", declarou.

Já o advogado Pierpaollo Botini avalia que a proposta do Congresso pode criar uma "contradição" constitucional e ocasionar uma situação "insustentável" para o sistema de Justiça.

"Eu não acho que uma proposta de emenda constitucional que determine a criminalização do uso de entorpecentes para consumo próprio faça sentido em uma lógica constitucional de respeito à dignidade e ao pluralismo. Vai haver uma contradição dentro da própria Constituição. A meu ver, insustentável para o sistema jurídico", disse Botini.

Ambos os especialistas defendem que o Legislativo é o caminho mais adequado para a definição sobre o tema. No entanto, segundo Fábio Ferras, a inércia da regulação fez com que o Judiciário a decidir sobre os casos.

"O que acontece é que o legislativo deixa uma lacuna e, por isso, o judiciário acaba proferindo decisões que podem repercutir como é o caso de diversos outros temas e inclusive desse pautado", afirma.

PODER 360

Congresso Justiça Alexandre De Moraes André Mendonça Congresso Nacional Cristiano Zanin Descriminalização Das Drogas Edson Fachin Gilmar Mendes Lei Das Drogas Maconha Porte De Drogas Porte De Maconha Roberto Barroso Rodrigo Pacheco Rosa Weber STF Supremo Tribunal Federal

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!