Governo tem responsabilidade com gastos públicos, mas não vai penalizar mais pobres, diz Alckmin à CNN

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou à CNN nesta quinta-feira (27) que o governo tem compromisso com o déficit zero, mas que essa responsabilidade não seria colocada nas costas – ou no bolso – dos mais pobres.

Foto: edup.ecowas.int

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou à CNN nesta quinta-feira (27) que o governo tem compromisso com o déficit zero, mas que essa responsabilidade não seria colocada nas costas – ou no bolso – dos mais pobres.

“Eu participei da reunião com o presidente Lula onde ele falou ‘vocês podem me trazer aqui todas as propostas para reduzir despesas’. Há um compromisso do governo com o arcabouço fiscal, que neste ano é déficit primário zero”, afirmou o vice-presidente em entrevista exclusiva à CNN.

“Mas o que o presidente Lula falou é o seguinte, ‘eu não quero tirar dos pobres’, então isso não [está sob questão]”, pontuou.

Na quarta-feira (26), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), questionou se a discussão deve girar em torno de cortar gastos públicos no Brasil ou se o ajuste deve ser realizado através da arrecadação.

O vice reforçou a necessidade de se discutir com profundidade a questão das contas públicas ao afirmar que “governar é escolher”.

“Eu preciso reduzir gastos, eu preciso buscar déficit zero. Agora, eu vou tirar de quem ganha um salário mínimo? É ele quem vai dar a cota de sacrifício? O presidente Lula deixou claro que está aberto para discutir, para reduzir despesa, para cortar gastos. Mas não vamos tirar dos mais pobres. Governar é escolher”, concluiu Alckmin.

O vice-presidente reforçou que por mais que não se atinja o déficit zero neste ano, o governo trabalha com uma margem de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Alckmin então aponta que em 2020 as contas públicas fecharam com um rombo de 10% da riqueza total do país.

“Aí você vai dizer, ‘não, mas foi a Covid. Bom, Covid teve no mundo inteiro, e o México teve um déficit primário de 0,5%”, enfatizou o ministro.