Combate contra o Hamas abrandará, mas guerra continua, diz Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse no domingo (23.

Foto: O Globo

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse no domingo (23.jun.2024) que os intensos combates contra o Hamas na Faixa de Gaza estão chegando ao fim, mas que a guerra não terminará até que o grupo extremista deixe o controle da região.

Segundo Netanyahu, o foco das Forças israelenses deve mudar para a fronteira norte do país, com o Líbano. Os combates com o Hezbollah –grupo extremista islâmico que atua no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado ao Hamas– se intensificaram nas últimas semanas e israelenses precisaram deixar suas casas.

"Depois do término da fase intensa, teremos a possibilidade de mover parte das Forças para o norte. E faremos isso. Em 1º lugar, para fins defensivos. E, em 2º lugar, para trazer os residentes para suas casas", disse o premiê israelense em entrevista ao Canal 14, de Israel.

"Se pudermos, faremos isso diplomaticamente. Caso contrário, faremos de outra maneira. Mas traremos [os residentes] para casa", completou.

O Hezbollah já disse diversas vezes que cessará fogo quando a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza terminar, mas que também está pronto para continuar a lutar se continuarem os ataques ao Líbano.

Questionado sobre quando terminará a fase de intensos combates contra o Hamas, Netanyahu respondeu que "muito em breve", mas destacou que seus militares continuarão operando em Gaza.

"Não estou disposto a acabar com a guerra e deixar o Hamas como está", disse Netanyahu, repetindo que não apoia a ideia de a Autoridade Palestiniana, com sede na Cisjordânia, assumir a administração de Gaza no lugar do grupo extremista.


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AMEAÇA DE GUERRA

Na 3ª feira (18.jun), o Hezbollah divulgou imagens gravadas por drone da cidade portuária de Haifa, no norte de Israel. Depois disse, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, e militares do país anunciaram que estão prontos para uma "guerra total" contra o gupo extremista.

"Estamos muito próximos do momento de decidir se mudaremos as regras contra o Hezbollah e o Líbano. Numa guerra total, o Hezbollah será destruído e o Líbano será severamente atingido", escreveu Katz em seu perfil do X (ex-Twitter).

O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, fez ameaças a Israel e ao Chipre durante uma transmissão televisiva na 4ª feira (19.jun). Caso haja uma guerra na região, Nasrallah disse que "não haverá nenhum lugar a salvo de mísseis e drones" israelenses.

O atual conflito entre Israel e o Hezbollah se dá há 8 meses, em paralelo com os ataques de Israel à Faixa de Gaza.

O chefe do Hezbollah alertou que o Chipre pode se tornar um alvo, caso o país deixe Israel utilizar bases militares e aeroportos para atacar o Líbano.

Em resposta, o presidente do Chipre, Nikos Christodoulides, disse que o país não apoia nenhum dos lados do conflito e que "não é parte do problema, é parte da solução".