Alemanha descarta eleições antecipadas após ganhos da AfD na UE

Após os resultados das eleições para o Parlamento Europeu, a Alemanha, diferente do que foi anunciado pela França, descartou a possibilidade de dissolver o parlamento e antecipar as eleições.

Foto: Expresso

Foto: Expresso

Após os resultados das eleições para o Parlamento Europeu, a Alemanha, diferente do que foi anunciado pela França, descartou a possibilidade de dissolver o parlamento e antecipar as eleições. O porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, declarou nesta 2ª feira (10.jun.2024) que o pleito segue programado para o 2º semestre de 2025, conforme planejado.

A decisão foi tomada mesmo depois de o partido SPD (Partido Social-Democrata, de centro-esquerda) do chanceler Olaf Scholz ter registrado seu pior desempenho na história das eleições para o Parlamento Europeu, com só 14% dos votos. A AfD (Alternativa para a Alemanha, de direita) obteve cerca de 16% dos votos, enquanto a coalizão CDU-CSU (centro-direita), da ex-chanceler Angela Merkel, liderou com aproximadamente 30%. Os Verdes e o Partido Liberal, da coalizão governista, conquistaram 12% e 5% dos votos, respectivamente. As informações são da Deutsche Welle.

O resultado provocou apelos dos partidos da oposição para que Scholz seguisse o exemplo do presidente francês, Emmanuel Macron, que anunciou no domingo (9.jun.2024) a convocação de novas eleições parlamentares no país para 30 de junho (1º turno) e 7 de julho (2º turno). “A data das eleições é no próximo outono, conforme planejado, e pretendemos levar isso até ao fim”, disse Hebestreit, que destacou também os diferentes sistemas políticos da Alemanha e da França.

A intransigência do governo alemão incomodou partidos da oposição. Alice Weidel, umas das líderes da AfD, disse que a Alemanha "eliminou o chanceler" e o governo nas urnas. "Agora resta apenas uma tarefa para Scholz: abrir caminho para novas eleições em vez de governar por mais um ano contra uma grande maioria da população", escreveu Weidel em seu perfil no X.

O líder dos conservadores no Estado da Baviera, Markus Söder, também pediu para que o país seguisse os passos da França. A coligação tripartida "já não tem o apoio da população", disse Söder à emissora alemã RTL.