Mordidas e raiva: entenda os riscos do contato com morcegos

Na quarta-feira (29), a cantora norte-americana Taylor Momsen foi mordida por um morcego no palco enquanto fazia a abertura de um show da banda AC/DC na cidade de Sevilha, na Espanha.

Foto: Prefeitura Municipal de Cerquilho

Foto: Prefeitura Municipal de Cerquilho

Na quarta-feira (29), a cantora norte-americana Taylor Momsen foi mordida por um morcego no palco enquanto fazia a abertura de um show da banda AC/DC na cidade de Sevilha, na Espanha. Em uma publicação feita na sexta-feira (31), a artista confirmou a mordida e disse que está em tratamento contra a raiva com a vacina antirrábica, que previne o surgimento da doença em humanos.

No Brasil, alguns casos recentes fizeram as preocupações sobre o contato com morcegos aumentar. Na terça-feira (28), a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte confirmou o registro de um morcego contaminado pelo vírus da raiva — o 11º no ano de 2024 no município.

No início de abril, houve o quarto registro de um morcego com o vírus na cidade de São Paulo.

A doença é uma das principais ameaças trazidas pelo contato com os morcegos. Nem todos os animais carregam o vírus, mas sempre que o contato for feito, alguns cuidados devem ser seguidos para evitar o surgimento da doença e suas complicações graves.

O que é a raiva?

Segundo o Ministério da Saúde, a raiva é uma doença infecciosa aguda grave viral que pode acometer mamíferos, inclusive os humanos. O vírus que causa a enfermidade é do gênero Lyssavirus. Quando a doença se instala, surge uma encefalite (inflamação no cérebro que pode aparecer durante infecções por vírus e bactérias) progressiva. A raiva leva à morte em quase 100% dos casos.

Animais domésticos, como cães e gatos, também podem ser infectados e transmitir a doença.

“A raiva é de extrema importância para saúde pública, devido a sua letalidade de aproximadamente 100%, por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano (transmitido por cão e gato) e pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação humana e animal, a disponibilização de soro antirrábico humano, a realização de bloqueios de foco, entre outras”, diz uma nota publicada no site do Ministério da Saúde.

A doença é transmitida pela saliva dos animais contaminados. Assim, mordidas, arranhões e lambidas dos bichos podem ser a porta de entrada do vírus.

O que fazer quando entrar em contato com um morcego?

No caso de receber uma mordida de um morcego, a pessoa deve procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. Segundo o Ministério da Saúde, a melhor estratégia para prevenir o surgimento da doença é a imunização com a vacina antirrábica antes ou logo após a exposição ao vírus.

De acordo com o Instituto Butantan, uma das organizações que produzem a vacina, o tratamento imediato ainda pode incluir o cuidado com o local da mordida ou do ferimento, com a limpeza da região afetada, e a imunização passiva, feita com a aplicação do soro antirrábico e uma solução concentrada e purificada de anticorpos, preparada com o soro de pessoas já imunizadas contra a doença.

“Em caso de mordedura, lambedura e arranhadura de animal suspeito, o primeiro passo é saber se o animal está vacinado contra a raiva e se ele pode ser observado por 10 dias, tempo máximo de apresentação de sintomas”, diz o instituto em um texto publicado em sua página de internet.

Quais são os sintomas da raiva?

De acordo com o Ministério da Saúde os sintomas da raiva são os seguintes:

  • Mal-estar geral;
  • Pequeno aumento de temperatura;
  • Anorexia;
  • Cefaleia;
  • Náuseas;
  • Dor de garganta;
  • Entorpecimento;
  • Irritabilidade;
  • Inquietude;
  • Sensação de angústia.

A partir do início dos sintomas, a morte pode acontecer em um período de 2 a 7 dias, diz a pasta.