Letargia do governo Lula na ajuda às empresas do RS preocupa, diz Abrasel

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), criticou a letargia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em liberar as medidas anunciadas para as empresas afetadas pela chuva no Rio Grande do Sul.

Foto: InfoMoney

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Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), criticou a letargia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em liberar as medidas anunciadas para as empresas afetadas pela chuva no Rio Grande do Sul.

Segundo o executivo, a demora preocupa os bares e restaurantes porque a partir de 1º de junho as companhias terão que emitir a folha de pagamento do mês de maio -quando muitas não faturaram por causa das enchentes. Afirmou ser urgente a implementação de amparo às empresas.

Solmucci comparou as ações atuais destinadas ao setor com o que foi aprovado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia. Falou que o ex-presidente concretizou em 3 semanas projetos “eficientes” para o comércio. Deu como exemplo o programa de redução de jornada e suspensão de contratos, o BEm (Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda).

"Das medidas anunciadas para o Rio Grande do Sul, nenhum real chegou às empresas afetadas. Nada foi liberado. A letargia destruirá empresas, destruirá empregos", disse ele em vídeo divulgado nas redes sociais.

Assista o vídeo completo (2min40s):

Conforme uma pesquisa da Abrasel, ao menos 23% do setor foi atingido parcialmente ou totalmente pela chuvas. Deste grupo:

  • estão totalmente ilhados – 22%;
  • estão com bloqueios no acesso – 19%;
  • tiveram os empregados atingidos pelos alagamentos – 30%.

De 94% dos que conseguiram manter as portas abertas, mais da metade está sem água, segundo a associação.

"Com qual dinheiro as empresas afetadas direta e indiretamente honrarão com o compromisso de pagar os salários? […] É uma gravissima falta de sensibilidade sobre a urgência no socorro", falou Solmucci.

LULA ADIOU IMPOSTOS

O governo deu maior prazo para as companhias pagarem tributos e encargos trabalhistas, como o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Mas os impostos terão que ser pagos futuramente independentemente de a situação econômica na região não normalizar nos próximos meses.

O governo não explica como as pessoas que terão seus negócios fechados por 1 a 2 meses conseguirão pagar todas as parcelas que estão sendo adiadas.

Fecomércio do RS critica medidas

Posicionamento da Abrasel vai de acordo com o que afirmou a Fecomércio do Rio Grande do Sul ao Poder360. O presidente da Federação, Luiz Carlos Bohn, disse que os anúncios das 3 esferas de governo não se tornaram efetivos para as empresas gaúchas.

O empresário explica que a situação econômica atual do Rio Grande do Sul está mais "agravada" do que a registrada durante a pandemia de covid-19. Na avaliação dele, muitas empresas afetadas com a catástrofe não vão retornar seus trabalhos.

As perdas podem chegar a R$ 10 bilhões, segundo pesquisa da Federação. Ao todo, 661 mil empreendimentos estão situados nas cidades em situação de emergência.

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