Lula propõe InternetBras e rejeita Starlink de Elon Musk

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou uma iniciativa ousada: a criação de uma espécie de InternetBras, visando construir um sistema de acesso à rede mundial de computadores por satélite.

Foto: Poder360

Foto: Poder360

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou uma iniciativa ousada: a criação de uma espécie de InternetBras, visando construir um sistema de acesso à rede mundial de computadores por satélite. A decisão surgiu após a administração petista rejeitar, em 2023, uma proposta de contratação da Starlink, empresa de Elon Musk, que oferecia um serviço similar.

A responsável por essa empreitada será a Telebras, uma antiga estatal que continua sob controle da União, mesmo após a privatização da telefonia do país em 1998. De acordo com o Ministério das Comunicações, esse sistema especial de acesso à internet será direcionado exclusivamente para escolas. No entanto, há desafios significativos a serem superados.

Atualmente, no planeta, há apenas uma constelação de 5.402 satélites capazes de proporcionar essa conexão de internet com alta velocidade, sendo este sistema de propriedade de Elon Musk. Para o Brasil, isso implica na necessidade de alugar satélites, porém, apenas os da Starlink estão disponíveis para essa finalidade.

Esse modelo de estrutura de internet via satélite é almejado por outros países e empresas. A União Europeia, por exemplo, anunciou há um ano um projeto semelhante, mas que até agora não saiu do papel, devido ao aumento significativo de custos, estimado em 12 bilhões de euros.

A decisão de implementar essa solução para conectar escolas em áreas remotas foi tomada pela Anatel e pelo governo. Descartou-se, com essa escolha, a possibilidade de contratar a Starlink, de Elon Musk. A determinação foi do Gape, responsável pela conectividade das escolas. O grupo, composto por representantes da Anatel, do Ministério das Comunicações, do Ministério da Educação e de operadoras de telefonia, decidiu que as operadoras não poderiam votar nesse caso por conflito de interesses.

Estima-se que existam cerca de 20.000 escolas em áreas remotas a serem atendidas por esse projeto. O objetivo é proporcionar internet de qualidade também nessas regiões, como parte dos esforços do Novo PAC para conectar 138 mil escolas públicas. O desafio da estatal Telebras agora é viabilizar esse serviço em áreas remotas do país, especialmente na Amazônia.