Taxa de feminicídios em MT permanece acima da média nacional
Taxa de feminicídios em MT permanece acima da média nacional (Foto: PMMT) Dados divulgados no Anuário da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) apontam que o Estado não conseguiu diminuir de maneira significativa sua taxa de feminicídios no último ano.
Dados divulgados no Anuário da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) apontam que o Estado não conseguiu diminuir de maneira significativa sua taxa de feminicídios no último ano. A média do estado continua acima da média nacional. O relatório destaca que, em 2022, 47 mulheres perderam suas vidas devido à discriminação de gênero ou à violência doméstica, enquanto em 2023, esse número permaneceu significativamente, com 46 casos registrados.
O ano de 2023 foi especialmente violento para mulheres residentes nos municípios abrangidos pela Região Integrada de Segurança Pública de Cáceres (RISP-Cáceres), que inclui Cáceres, Araputanga, Curvelândia, Glória D’Oeste, Indiavaí, Lambari d’Oeste, Mirassol d’Oeste, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Salto do Céu e São José dos Quatro Marcos. Nessas localidades, Nessas comunidades, a incidência de casos atingiu a taxa alarmante de 8,63 para cada 100 mil mulheres, mais de três vezes superior à média estadual de 2,53 casos e seis vezes maior que a média nacional, que é de 1,4 casos.
Após dois anos de queda, a RISP de Cuiabá, que atende os municípios de Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Nova Brasilândia, Planalto da Serra, Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger, voltou a apresentar crescimento na taxa de feminicídio. Enquanto em 2022 duas mulheres foram vítimas, em 2023 o número saltou para sete. As RISPs de Várzea Grande e Cáceres foram as únicas do estado que não contabilizaram nenhum caso.
O anuário também lança luz sobre a correlação entre os dias da semana e a incidência de casos. Em Mato Grosso, foi observada uma concentração maior de ocorrências às sextas-feiras, refletindo um padrão nacional onde os finais de semana concentram a maior parte dos casos. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) sugere que essa tendência pode ser atribuída a uma série de fatores.
Durante os fins de semana, há um aumento nas atividades sociais, como festas e encontros, que podem expor as mulheres a situações de maior vulnerabilidade, tanto em ambientes públicos quanto privados, muitas vezes sob influência de álcool e drogas. O consumo de álcool, em particular, é identificado como um fator de risco para a violência doméstica, com estudos indicando que homens que bebem com frequência apresentam maior propensão a agredir suas parceiras.