Chuvas no RS: voluntários relatam insônia e sonhos relacionados aos resgates

O supervisor de treinamento Vinicius Bernardes tem atuado como voluntário desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul.

Foto: CNN Brasil

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O supervisor de treinamento Vinicius Bernardes tem atuado como voluntário desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul. Em entrevista à CNN, ele relatou que os últimos dias têm sido extremamente difíceis, com pouco tempo para dormir e descansar.

Bernardes explicou que a parte psicológica tem sido um grande desafio, com voluntários sofrendo de insônia e sonhos relacionados aos resgates. “Isso é uma coisa comum entre os voluntários. Então, isso é uma questão psicológica que afeta a gente”, afirmou.

Além disso, os voluntários também estão expostos a doenças devido às águas contaminadas.

Apesar das adversidades, Bernardes enfatizou que o foco principal é resgatar vidas. “O nosso lema na zona de resgate é de que todas as vidas importam”, disse ele.

Convencendo as pessoas a deixarem suas casas

Um dos maiores obstáculos enfrentados pelos voluntários é convencer as pessoas a deixarem suas casas e se abrigarem em locais seguros.

Muitos moradores se recusam a sair por medo de terem suas residências saqueadas. Bernardes explicou que os voluntários precisam fazer um trabalho psicológico para tranquilizar as pessoas e garanti-las de que seus pertences e animais de estimação também serão resgatados.

Preocupações com o futuro

Além dos desafios imediatos, Bernardes expressou preocupações sobre o futuro das pessoas afetadas pelas enchentes. Muitas delas perderam suas casas e não têm para onde voltar.

Ele fez um apelo para que o Estado forneça moradias e o mínimo de dignidade para essas pessoas, a fim de evitar que elas sejam obrigadas a recorrer à criminalidade.

“Essas pessoas hoje, as roupas que elas estão no corpo, nem as roupas são delas. São frutos de doações. Então as pessoas precisam de dignidade para viver”, declarou Bernardes.