Mulheres são minoria em posições de CEO de startups, diz estudo

Um estudo realizado pela aceleradora Darwin Startups com as 100 startups de seu portfólio mostra que as mulheres representam uma parcela minoritária das posições de lideranças dessas empresas.

Foto: LinkedIn

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Um estudo realizado pela aceleradora Darwin Startups com as 100 startups de seu portfólio mostra que as mulheres representam uma parcela minoritária das posições de lideranças dessas empresas. Segundo o levantamento, 25% das startups consultadas possuem mulheres em seu cap table, isto é, a tabela que compõe acionistas e investidores de uma empresa.

Neste cenário, 12% das startups têm mulheres na posição de CEO. Quando considerado o modelo de negócios das startups lideradas por mulheres no portfólio, 100% delas são B2B (expressão em inglês utilizada para se referir a empresas que vendem produtos e serviços para outras empresas).

As startups consultadas são de segmentos distintos como software, telecomunicação, fintech, inteligência artificial, e-commerce, lawtech, big data & analytics, cyber security e healthtech. As empresas estão distribuídas em diferentes regiões do país, nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

Segundo a analista de investimentos e portfólio na Darwin, Thaís Carneiro, as startups lideradas por mulheres também possuem grande impacto econômico.

"Uma amostra de 80% das empresas ativas no portfólio da Darwin mostrou que, em conjunto, o faturamento das investidas alcançou R$ 176 milhões no ano passado. Considerando somente as startups com mulheres em posições de liderança, o faturamento dessas empresas chegou a R$ 40 milhões", disse.

Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) indicam crescimento de 60% no número de mulheres trabalhando com tecnologia de 2015 a 2022. Apesar do resultado, menos de 5% das mulheres estão à frente das empresas de tecnologia em atividade no Brasil, enquanto só 3% das startups lideradas por mulheres conseguem captar recursos de investimento para o desenvolvimento dos negócios.

Para a cientista social Amanda Teixeira, analista de projetos na Darwin, uma forma de ampliar a presença feminina e a diversidade nas equipes de startups é investir nos critérios de seleção mais diversos, além de realizar programas focados na preparação e formação de lideranças femininas.

"Quando não houver ações específicas ou critérios bem definidos, uma forma proativa é trazer questionamentos sobre presença feminina na liderança e na empresa, nos acompanhamentos ou mesmo a partir de letramentos. É necessário ter ações propositivas para que essa evolução aconteça", afirma.