O mal que Emanuel e Mauro fazem a Cuiabá

Quando um não quer dois não brigam, diz a sabedoria popular.

O mal que Emanuel e Mauro fazem a Cuiabá

Quando um não quer dois não brigam, diz a sabedoria popular. Só que no caso do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e do governador Mauro Mendes (União), os dois querem e o povo que se exploda. Ou seja, a responsabilidade pelos prejuízos causados à população é de ambos. A briga entre os desafetos políticos, em óbvio, resultou na falta de diálogo; na falta de respeito e na falta de parceria entre governo e prefeitura em favor dos cuiabanos.

Mas eleitoralmente, vale a pena lembrar, a briga entre os dois foi um bom negócio para ambos. Mauro ganhou, Emanuel ganhou. Só Cuiabá perdeu por conta desta briga política.

Emanuel ganhou com a briga política

A campanha à reeleição de Emanuel Pinheiro em 2020 foi facilitada pela briga com o governador Mauro Mendes e suas apostas políticas erradas. Mauro deixou para última hora a escolha do seu candidato a prefeito. Fábio Garcia seria o candidato do grupo "maurista". Fabinho acabou desistindo, perdendo uma oportunidade pessoal de marcar sua posição no cenário eleitoral de Cuiabá. Não aprendeu a lição de que uma forte trajetória política se faz nas disputas, ganhando ou perdendo. O próprio Mauro Mendes perdeu duas vezes para ganhar a sua primeira eleição. O governador deixou então para a última hora a escolha do seu candidato no primeiro turno, o ex-prefeito Roberto França. Candidatura de última hora, sem apoio interno, estava condenada ao fracasso.

No segundo turno, sem alternativa, Mauro Mendes apoiou Abílio Brunini. Um apoio desprezado solenemente por Abílio, que jogou no lixo inclusive a gravação que o governador fez pedindo voto para o bolsonarista raiz.

Ou seja, as más escolhas políticas de Mauro Mendes facilitaram o caminho de Emanuel Pinheiro à reeleição em 2020.

Mauro ganhou com a briga política

Em 2022, Mauro Mendes deu a volta por cima e fez política com habilidade, facilitado pelo ódio cultivado por Emanuel contra ele. A oposição, mansamente, deixou Emanuel liderar a montagem da chapa contra a candidatura de Mauro. O prefeito, movido pela rixa pessoal, preferiu montar uma chapa nascida no berço da própria família, lançando o nome da sua esposa, Márcia Pinheiro, como candidata a governadora. Candidata de última hora, sem experiência nos embates eleitorais, dona Márcia foi a adversária que Mauro Mendes pediu a Deus. Deu no que deu: vitória de Mauro facilitada pelos erros políticos do desafeto Emanuel.

Cuiabá perdeu com a briga entre Emanuel x Mauro

Nesta eleição de 2024, o candidato de Mauro e o candidato de Emanuel terão que prestar contas dos prejuízos causados aos cuiabanos com esta briga política de oito anos. Não basta a desculpa esfarrapada de que não fizeram mais porque o outro não queria ou não tinha competência administrativa. E nem a desculpa imoral de que com o alinhamento agora governo e prefeitura vão trabalhar por Cuiabá. "Quem sabe faz a hora não espera acontecer", como diria Geraldo Vandré. Faltou para ambos a postura de estadista, da busca pelo diálogo próprio de pessoas inteligentes e comprometidas com o interesse público. Faltou o gesto de superação de diferenças pessoais em favor da população e da cidade.

Placar da briga política

Emanuel ganhou em 2020 e Mauro ganhou em 2022. Cuiabá perdeu em 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, 2023, 2024.