Esperança contra o câncer de pele: vacina mostra resultados promissores em testes

Uma vacina personalizada contra o melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele, apresentou resultados animadores na segunda fase de testes clínicos, reduzindo em 49% o risco de morte ou recorrência da doença quando combinada com imunoterapia.

Foto: UOL Notícias

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Uma vacina personalizada contra o melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele, apresentou resultados animadores na segunda fase de testes clínicos, reduzindo em 49% o risco de morte ou recorrência da doença quando combinada com imunoterapia. A pesquisa, desenvolvida pelas empresas farmacêuticas Moderna e MSD, abre novas perspectivas no tratamento do câncer, com potencial para se estender a outros tipos da doença.

A vacina funciona de forma inovadora: um pedaço do tumor do paciente é retirado e seu DNA sequenciado para identificar mutações genéticas únicas das células cancerígenas. Com base nessas informações, uma inteligência artificial cria uma vacina personalizada, estimulando o sistema imunológico do paciente a reconhecer e atacar as células cancerígenas de forma precisa e eficaz.

Os resultados da fase 2 dos testes clínicos demonstram a efetividade da vacina: a combinação com o Keytruda, um medicamento de imunoterapia, reduziu pela metade o risco de morte ou recorrência do melanoma em comparação com o uso apenas do Keytruda.

Diante dos resultados promissores, a fase 3 dos testes, com mais de 1.100 participantes, já está em andamento, sob a coordenação da University College London.

O melanoma, apesar de representar apenas 4% dos casos de câncer de pele no Brasil, é o tipo mais letal, com alta propensão à metástase. A vacina personalizada oferece uma nova esperança para os pacientes, especialmente aqueles com alto risco de recorrência.

Steve Young, de 52 anos, é um dos participantes da fase final de testes da vacina. Diagnosticado com melanoma em estágio 2 no couro cabeludo em 2023, ele vê na vacina a chance de impedir o retorno da doença.

“Sinto-me sortudo por fazer parte deste estudo. É a minha melhor chance de parar o câncer”, afirma Young.

A vacina mRNA-4157 (V940) se diferencia das vacinas tradicionais por ser personalizada para cada paciente. Ela treina o sistema imunológico para reconhecer e atacar proteínas específicas (neoantígenos) presentes nas células cancerígenas do indivíduo.

A combinação da vacina com o Keytruda bloqueia um mecanismo do sistema imunológico que protege as células cancerígenas, potencializando o efeito do tratamento.