Indígenas fazem ato na Esplanada e cobram Lula por demarcação

Representantes de etnias indígenas que vieram a Brasília para o ATL (Acampamento Terra Livre) fizeram nesta 3ª feira (23.

Foto: Agência Pública

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Representantes de etnias indígenas que vieram a Brasília para o ATL (Acampamento Terra Livre) fizeram nesta 3ª feira (23.abr.2024) uma marcha na Esplanada dos Ministérios para cobrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos compromissos que assumiu durante a campanha, sobretudo a demarcação de terras.

O Acampamento Terra Livre, que chega à sua 20ª edição em 2024, começou na 2ª feira (22.abr) e termina na 6ª feira (26.abr). A Apib (Articulação Nacional dos Povos Indígenas) estima que há 7.000 indígenas no acampamento.

Para o coordenador da Apib, Norivaldo Mendes, da etnia guarani kaiowá, o cumprimento das promessas de Lula está “muito devagar”. Disse que “não estão sendo cumpridos nem 20%” dos compromissos. Como exemplo, disse que o presidente “prometeu” 30 portarias declaratórias e 14 demarcações de terra. Lula, porém, afirmou na 5ª feira (18.abr) que só demarcaria duas terras indígenas em seu governo.

Norivaldo também declarou ao Poder360 que o Ministério dos Povos Indígenas não tem utilidade sem a estrutura e a autonomia para tratar da demarcação de terras. Segundo ele, o ministério comandado por Sonia Guajajara está sendo mais simbólico do que efetivo. O coordenador afirmou esperar que os líderes indígenas sejam recebidos pelo presidente no Palácio do Planalto durante a semana do ATL.

A expectativa de público na “Marcha #EmergênciaIndígena: Nossos Direitos não se negociam” era de 3.000 indígenas. Mas, conforme a PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal), esse número não foi atingido. A PMDF também informou que cerca de 500 indígenas entraram no Congresso Nacional para a sessão solene em homenagem ao Acampamento Terra Livre.

Lula não foi convidado para a edição deste ano do acampamento. O petista foi nas edições anteriores do evento, em 2022 e em 2023.