Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Justiça

Entenda a atuação de órgão do TSE mencionado por Moraes em decisões

Mencionada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em decisões para derrubar perfis e conteúdos supostamente falsos, a atuação da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) foi questionada pela oposição depois do relatório da Comissão de Assuntos Judiciários da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, que alega que há uma “censura” a opositores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil.


Foto: Poder360

Mencionada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em decisões para derrubar perfis e conteúdos supostamente falsos, a atuação da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) foi questionada pela oposição depois do relatório da Comissão de Assuntos Judiciários da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, que alega que há uma “censura” a opositores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil.

O órgão ligado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) –que é presidido por Moraes– é mencionado pelo magistrado como o responsável por identificar a publicação de informações falsas nas redes sociais e acionar a Justiça. O ministro menciona o órgão em decisões do TSE e STF anexadas no relatório assinado pelo republicano norte-americano Jim Jordan, aliado político do ex-presidente Donald Trump.

Órgão é mencionado por Moraes em decisão que determinou o bloqueio das redes sociais do influenciador Bruno Aiub, conhecido como Monark, em junho de 2023

A AEED foi criada oficialmente em 2019, na gestão do ministro Luís Roberto Barroso, mas a atuação contra a desinformação existe desde 2018, durante a gestão do ministro Luiz Fux na Corte eleitoral. De lá para cá, o TSE passou por 5 gestões diferentes e cada uma delas deu uma atribuição característica para o órgão.

Inicialmente, o foco era o combate à desinformação entre candidatos, depois contra a própria Justiça Eleitoral. Durante a gestão do ministro Edson Fachin, teve foco na capacitação de profissionais da Justiça e das plataformas para lidar com a desinformação na internet.

A atuação teve uma mudança significativa na gestão de Moraes, que deu ao órgão um perfil de polícia para apurar conteúdos falsos na internet. Segundo interlocutores da Corte Eleitoral ouvidos pelo Poder360, a mudança é considerada problemática e atropela o processo de investigação.

Além disso, há críticas em relação à atuação da Corte sobre o tema, diante da falta de critérios para avaliar uma informação. O conceito ainda é considerado uma "zona de penumbra" por especialistas.

Segundo o coordenador adjunto da Abradep (Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político), Bruno Andrade, a desinformação não pode ser vista como “verdade ou mentira”, mas sim pelo contexto em que é publicada. Sátiras ou publicações com dados verdadeiros, mas descontextualizados também podem ser considerados como conteúdos desinformativos.

Em março deste ano, o TSE criou o Ciedde (Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia) para ampliar o trabalho já feito pela AEED durante as eleições de 2024.

O centro tem parceria com diversos órgãos como PF (Polícia Federal), Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e MPF (Ministério Público Federal) na tentativa de tornar mais rápido o processo para remover conteúdos falsos das redes sociais.

“Órgão obscuro”

Depois da divulgação do relatório norte-americano, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) chamou a Assessoria Especial de “órgão obscuro” que pautou decisões de Moraes e disse que o órgão assumiu indevidamente responsabilidades da PGR (Procuradoria Geral da República).

Em seu perfil no X (antigo Twitter), Dallagnol questionou informações sobre a criação e fiscalização da AEED, sua atuação e o quadro de funcionários públicos responsáveis pela atividade.

Segundo o ex-deputado, por essas informações não estarem claras, existe "uma sensação gigantesca de falta de transparência e de violação do princípio da legalidade".

O que diz o relatório

Intitulado "O ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil", o documento é assinado pelo republicano Jim Jordan, aliado político do ex-presidente Donald Trump.

O texto foi publicado depois de o X (ex-Twitter) enviar à comissão um compilado de pedidos feitos pela Suprema Corte e pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que a rede social derrubasse perfis e conteúdos na plataforma.

"Os registros revelam que, pelo menos desde 2022, o Supremo Tribunal Federal no Brasil, onde Moraes atua como juiz, e o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, também liderado por Moraes, ordenaram que a X Corp suspendesse ou removesse quase 150 contas na plataforma. A maior parte das demandas de censura foram direcionadas especificamente a críticos do atual governo brasileiro", diz o relatório.

O documento menciona o embate entre X e Moraes que se segue desde que Elon Musk, dono da rede social, chamou Moraes de "ditador" e disse que o ministro deveria sofrer impeachment. Diz também que, segundo relatórios da plataforma, o X está sendo "forçado" por decisões judiciais a bloquear certas contas no país.

A comissão lista os nomes dos principais prejudicados pela dita "censura" de Moraes na plataforma. Dentre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O documento também menciona os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) e os senadores Alan Rick (União-AC) e Marcos do Val (Podemos-ES) como outros nomes ameaçados pelas medidas do ministro.

Segundo o documento, uma das frases do influenciador Bruno Aiub Monteiro, conhecido como Monark, que levou o ministro a tomar a decisão de censurá-lo foi: "Vemos o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] censurando pessoas, vemos Alexandre de Moraes prendendo pessoas". O documento não cita a frase completa, em que Monark fala também em desconfiança com a"maracutaia" que estaria "acontecendo nas urnas", sem apresentar provas das alegações.

Com base na declaração do influenciador, o relatório conclui: "Em outras palavras, Moraes ordenou a censura de um cidadão brasileiro por criticar Moraes por censurar brasileiros".

O colegiado afirma que o presidente dos EUA, Joe Biden, toma as mesmas medidas de Moraes com a população norte-americana. Diz que o democrata compactua com a "onda de ataques à liberdade de expressão" ao redor do mundo.

"O Congresso deve levar a sério as advertências do Brasil e de outros países que buscam suprimir discursos no ambiente on-line. Nunca devemos pensar que isso não pode acontecer aqui. A comissão e a subcomissão selecionadas conduziram uma supervisão ostensiva emitindo intimações, realizando apuração de fatos e convocando múltiplas audiênciaspara esclarecer a censura induzida pelo governo nos Estados Unidos e para informar soluções legislativas adicionais", diz o texto.

Ao todo, o relatório fala em "mais de 300 contas que o governo brasileiro está tentando pressionar o X e outras redes sociais a censurar". Além de Bolsonaro e dos congressistas supracitados, o documento também menciona:

PODER 360

Internacional Justiça Mídia AEED Alexandre De Moraes Assessoria Especial De Enfrentamento à Desinformação Centro Integrado De Enfrentamento à Desinformação E Defesa Da Democracia CIEDDE Deltan Dallagnol Donald Trump Jim Jordan Moraes PGR Procuradoria Geral Da República STF Supremo Tribunal Federal T

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!