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Benjamin Netanyahu

Brasil condena ataque de Israel ao Irã, mas não o oposto

Dois últimos eventos recentes elevaram a tensão no Oriente Médio: o ataque atribuído a Israel, em 1º de abril, a um edifício anexo à Embaixada iraniana na Síria; e o bombardeio do território israelense pelo Irã, no sábado (13.


Foto: Poder360

Dois últimos eventos recentes elevaram a tensão no Oriente Médio: o ataque atribuído a Israel, em 1º de abril, a um edifício anexo à Embaixada iraniana na Síria; e o bombardeio do território israelense pelo Irã, no sábado (13.abr.2024).

As ofensivas escalaram a tensão no Oriente Médio, o que levou a comunidade internacional a se manifestar. O governo brasileiro optou por condenar a ação israelense, mas não a iraniana.

Em 1º de abril, um ataque aéreo atingiu um edifício anexo à Embaixada iraniana em Damasco, capital da Síria, e deixou 8 mortos, incluindo um general da Guarda Revolucionária do Irã. As autoridades do Irã e da Síria atribuíram a responsabilidade do atentado a Israel, apesar de o país não ter assumido a autoria.

Em nota no dia 3 de abril, o governo brasileiro disse que "condena o ataque". Destacou o princípio da inviolabilidade das representações diplomáticas e consulares e o respeito à soberania e à integridade territorial dos países. Também falou da "preocupação com a disseminação de focos de hostilidade na região" (leia a íntegra da nota abaixo).

Em reação ao bombardeio, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu retaliar. Na 4ª feira (10.abr), em post no X (ex-Twitter), disse que Israel seria punido: "Quando o regime sionista ataca um consulado iraniano na Síria, é como se tivesse atacado o solo iraniano. Esse regime malicioso tomou uma decisão errada. Deve ser punido e será punido".

A promessa foi cumprida no sábado (13.abr), quando o Irã lançou um ataque contra o território israelense. Segundo as FDI (Forças de Defesa de Israel), cerca de 300 drones e mísseis foram lançados pelo Irã. Israel afirma que caças do país e de aliados, como EUA e Reino Unido, e o sistema de defesa Domo de Ferro interceptaram 99% dos alvos aéreos.

Para além do ataque à Embaixada iraniana na Síria, a tensão entre os 2 países vinha crescendo desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza. O grupo extremista palestino tem relação duradoura com o Irã, potência militar e econômica que já forneceu apoio político, financeiro e armamentos à organização.

Em relação ao ataque do final de semana, o governo brasileiro disse que está acompanhando "com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel". Voltou a pedir pela contenção das hostilidade e orientou os brasileiros a não viajarem para a região (leia a íntegra da nota abaixo).

A opção por não condenar o ataque foi criticada no domingo (14.abr) pelo embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que se disse "desapontado" com a reação do governo brasileiro.

“Eu procurei a palavra condenação na nota e não achei. Não usaram. Não condenaram o ataque. Fiquei desapontado que não tenha uma reação dessa natureza. Não sei o porquê. A nossa expectativa era por algo mais claro contra esse tipo de ataque do lado do Brasil”, disse Zonshine em entrevista ao Poder360.

O tom da nota, porém, dividiu opiniões. Para o ex-ministro e diplomata de carreira Rubens Ricupero, o Itamaraty acertou. Também em entrevista ao Poder360, avaliou não haver motivos para o país "tomar uma posição de um lado ou de outro".

O fato é que as relações entre o Brasil e Israel se complicaram desde o início da guerra em Gaza. Declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Israel –comparando as ações da guerra contra o Hamas às de Hitler contra os judeus– o tornaram "persona non grata" no país. O próprio primeiro-ministro Benjamin Netanyahu chegou a dizer que a fala de Lula era "vergonhosa". Já o ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, exigiu uma retratação formal do presidente brasileiro.


Leia mais:


NOTAS DO ITAMARATY

"Ataque ao Consulado Iraniano em Damasco

"governo brasileiro condena o ataque aéreo, em 1º de abril, contra o consulado da República Islâmica do Irã em Damasco, na Síria, que provocou mortes e ferimentos entre funcionários diplomáticos e consulares.

"O Brasil recorda a obrigação de todos os países de observarem o princípio da inviolabilidade das representações diplomáticas e consulares, como determinado pelas Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, de 1961 e 1963, respectivamente.

"O governo brasileiro lembra, ademais, que o respeito à soberania e à integridade territorial dos países é princípio basilar da Carta das Nações Unidas e exorta todas as partes envolvidas a exercerem o máximo de contenção.

"O governo brasileiro expressa, por fim, preocupação com a disseminação de focos de hostilidade na região, que podem resultar em consequências graves e imprevisíveis para a estabilidade no Oriente Médio."


"Ataques do Irã a Israel

"Governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria.

"Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã.

"O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada.

"Em vista dos últimos acontecimentos no Oriente Médio, o Ministério das Relações Exteriores orienta os brasileiros que evitem viagens não essenciais à região, em particular a Israel, Palestina, Líbano, Síria, Jordânia, Iraque e Irã e que os nacionais que já estejam naqueles países sigam as orientações divulgadas nos sítios eletrônicos e mídias sociais das embaixadas brasileiras.

"O Itamaraty vem monitorando a situação dos brasileiros na região, em particular em Israel, Palestina e Líbano desde outubro passado."

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