Atual prefeito fez aditivos e pagamentos, afirma Beto Farias

O ex-prefeito de Barra do Garças, Beto Farias (PL), afirmou nesta quarta-feira (10.

Foto: ND Mais

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O ex-prefeito de Barra do Garças, Beto Farias (PL), afirmou nesta quarta-feira (10.04) que foi surpreendido pelas acusações do atual gestor do município, Adilson Gonçalves (União), sobre a operação da Polícia Federal que investiga suposto desvio de recursos públicos de obras de revitalização da Orla do Rio Garças e da Praça Domingos Mariano – Beira Rio, bem como a revitalização e ampliação do Porto do Baé.

Beto Farias lembra que Adilson Gonçalves fez aditivos dos contratos investigados. “Causa estranheza a tentativa de atribuir as possíveis ilegalidades à minha gestão, sendo que o atual prefeito efetuou aditivos e pagamentos de quase R$ 400 mil da obra de revitalização da Avenida Beira-Rio, antes de rescindir o contrato em setembro de 2022, mas que espertamente não menciona esses acontecimentos”.

Laudos elaborados pela Polícia Federal em vários trechos revelam que as obras estão inacabadas e em estado de degradação. Segundo a PF, foi identificado sobrepreço em várias medições. Em um dos casos, o laudo aponta que foi medido o valor de R$ 23.121,88 a mais do que efetivamente executado. Em outro, os peritos indicam que foi medido R$ 278 mil a mais.

Confira a íntegra da nota do ex-prefeito Beto Farias:

“Na manhã de hoje fui surpreendido com diversas notícias dando conta de operação por parte da Polícia Federal, bem como de entrevista do atual prefeito de Barra do Garças-MT, tentando atribuir a mim a responsabilidade por possíveis ilícitos investigados, sendo que sequer sou parte da investigação.

Causa estranheza a tentativa de atribuir as possíveis ilegalidades à minha gestão, sendo que o atual prefeito efetuou aditivos e pagamentos de quase R$ 400 mil reais da obra de revitalização da Avenida Beira-Rio, antes de rescindir o contrato em setembro de 2022, mas que espertamente não menciona esses acontecimentos.

É curioso que antes mesmo da campanha eleitoral começar os ataques e perseguições tenham recomeçado, vindos principalmente de uma gestão que pouco faz por Barra do Garças”.

O que diz a Prefeitura de Barra do Garças

O prefeito de Barra do Garças Adilson Gonçalves esclarece que as possíveis irregularidades que levaram à deflagração da Operação Caliandra, nesta quarta-feira (10), pela Polícia Federal são anteriores à sua gestão. A licitação para a revitalização da Orla do Rio Garças e da Praça Domingos Mariana ocorreram em 2020.

O objeto da operação são dois convênios celebrados entre a Caixa Federal e a Prefeitura Municipal de Barra do Garças e o montante é de R$ 9 milhões em recursos da União. A operação tem como alvo a apuração de suposta fraude à licitação e desvio de recurso público.

"Em 2020 ocorreu a licitação e assumimos a gestão em 2021, nós verificamos que as duas empresas que estavam tocando a obra, aparentemente, não tinham condições financeiras nem estrutura para tocar uma obra de tamanho e envergadura. De pronto, já entramos em contato com a Caixa Econômica Federal, fizemos diversas reuniões e chegou no ponto que, no ano de 2022, nós entendemos pela rescisão do contrato diante de supostas irregularidades que agora estão sendo apurados pela Polícia Federal. Não compactuo com este tipo de procedimento e entendi por bem fazer a rescisão desses dois contratos", explicou o prefeito.

A situação atual é que os dois convênios estão no status de obra paralisada e a Prefeitura vem buscando solução junto à Caixa Econômica Federal com objetivo de sanar todas as irregularidades que vão desde o projeto, renovação de licenças e há indícios de que viriam irregularidades desde a expedição de licença ambiental.

"Quando assumi a gestão, tomei medidas para que a rescisão do contrato ocorresse e quero dizer que me coloquei à disposição da Polícia Federal para fornecimento de documentos. Friso que não existe nenhuma regularidade durante a minha gestão", afirmou.

Em relação à notícia de eventual participação de servidores, o prefeito garante que serão devidamente apuradas dentro do âmbito policial e no administrativo, através de instalação de Procedimento Administrativo.