Justiça francesa pede 19 Anos de Prisão para o "Estuprador do Tinder"

A Procuradoria de Paris solicitou nesta quinta-feira (28) uma pena de 19 anos de prisão para Salim Berrada, conhecido pela imprensa francesa como “o estuprador do Tinder”, por supostamente ter estuprado ou agredido sexualmente 17 mulheres entre 2014 e 2016.

Justiça francesa pede 19 Anos de Prisão para o

A Procuradoria de Paris solicitou nesta quinta-feira (28) uma pena de 19 anos de prisão para Salim Berrada, conhecido pela imprensa francesa como “o estuprador do Tinder”, por supostamente ter estuprado ou agredido sexualmente 17 mulheres entre 2014 e 2016.

O julgamento começou na segunda-feira e o tribunal de Paris proferirá sua sentença na sexta-feira à noite.

Esta é uma condenação muito “severa” – a pena máxima é de 20 anos – para um homem que “destruiu 17 vidas”, afirmou o procurador geral, Philippe Courroye.

A punição é justificada, segundo ele, pelo número de vítimas que este fotógrafo de 38 anos atraiu para sua casa por meio de aplicativos de encontros.

O acusado, descrito por Courroye como um “caçador egocêntrico insaciável”, nega todas as acusações.

Berrada se mostrou “inflexível” e “atrincheirado em suas negações” diante das denunciantes, que subiram ao púlpito com suas “feridas ainda abertas”, denunciou o promotor.

O acusado, que oferecia sessões de fotos em seu estúdio, afirmou que todos os encontros foram consensuais. Ele disse aos investigadores que suas 17 acusadoras poderiam ter se arrependido após os encontros e concordaram em fazer acusações conjuntas contra ele. Algumas das mulheres, em sua maioria na faixa dos trinta anos, não compareceram ao julgamento de segunda-feira. Uma de suas advogadas disse que sua cliente “não tem forças psicológicas para se apresentar”.

As denunciantes ouviram na quinta-feira o procurador ao se referir a cada uma de suas histórias para descrever o modus operandi quase idêntico do acusado, que chegou à França vindo do Marrocos aos 20 anos.

O juiz destacou vários aspectos deste “caso excepcional”: o “modus operandi muito desenvolvido, intrincado e compulsivo” do acusado, a “extrema periculosidade” deste “caçador”, “viciado em sexo e predador”.

“Ele é perigoso” porque “não tem capacidade de introspecção”, acrescentou o procurador, lembrando que o acusado está sob investigação em outro caso por fatos semelhantes.

Investigadores afirmaram ter identificado um padrão “industrial” na estratégia online utilizada por Berrada, que, segundo eles, se aproveitava de sua reputação como fotógrafo para atrair mulheres. Através de passos detalhados meticulosamente expostos em planilhas do Excel, ele prometia sessões de fotos às suas vítimas. As planilhas incluíam listas de frases-chave que ele usava para atrair, elogiar e fazer propostas às mulheres que cativava em massa na Internet, dizendo-lhes que eram “únicas” ou sua “musa”.

Quando chegavam para a sessão de fotos, ele oferecia uma bebida, segundo os promotores. Uma vez que aceitavam, as mulheres relataram sentir uma embriaguez anormal e rápida e uma fraqueza súbita, o que, segundo os investigadores, sugeria que as bebidas estavam misturadas com drogas químicas. As mulheres descreveram então uma mudança repentina na atitude de Berrada e disseram que foram forçadas apesar de suas objeções.

Berrada foi preso pela primeira vez em 2016 e passou dois anos e meio na prisão aguardando julgamento antes de ser libertado sob supervisão judicial e proibido de trabalhar como fotógrafo. Ele foi novamente preso em julho passado após uma nova onda de denúncias judiciais, e novamente acusado de estupro e agressão sexual. A investigação sobre as novas acusações está em curso.

(Com informações da AFP)