Polícia Militar procura por soldado condenado por assassinatos em VG
O soldado da Polícia Militar de Mato Grosso, Ueliton Lopes Rodrigues, condenado a 46 anos e 8 meses de reclusão por envolvimento em um grupo de extermínio, está sendo formalmente citado por edital para apresentar sua defesa no Conselho de Disciplina instaurado contra ele.
O soldado da Polícia Militar de Mato Grosso, Ueliton Lopes Rodrigues, condenado a 46 anos e 8 meses de reclusão por envolvimento em um grupo de extermínio, está sendo formalmente citado por edital para apresentar sua defesa no Conselho de Disciplina instaurado contra ele.
A medida foi publicada nesta segunda-feira (14.04) pelo presidente do Conselho, tenente-coronel Rhuyter Rodrigues Setubal.
A citação por edital foi necessária após a corporação não conseguir localizar o militar, o que levou à abertura do prazo de sete dias, com término previsto para 24 de abril de 2025, às 18h. Caso não se manifeste, o processo seguirá à revelia. O Conselho está sendo conduzido nas dependências do 25º Batalhão da Polícia Militar, situado dentro do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag).
A abertura do processo disciplinar tem como base a condenação criminal transitada em julgado em 12 de agosto de 2024, pelo Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Cuiabá. Ueliton Lopes Rodrigues foi sentenciado por dois duplos homicídios qualificados que ocorreram em 2016 em Várzea Grande.
Segundo o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), o ex-policial integrava um grupo de extermínio que agia na capital e na região metropolitana, executando pessoas sob justificativas de “limpeza social” e acerto de contas. A atuação do grupo, conforme denúncia do MPMT, era caracterizada por planejamento meticuloso, execução sumária e tentativa de ocultar os rastros dos crimes.
Além de Ueliton, outros membros do grupo também foram alvos da operação que culminou na denúncia.
Entre as testemunhas arroladas no Conselho de Disciplina estão oficiais da ativa e da reserva, incluindo o coronel reformado Waldenir Soares Paraense Sobrinho e outros oficiais de alta patente da corporação.
O desfecho do processo administrativo poderá culminar na exclusão definitiva de Ueliton Lopes Rodrigues dos quadros da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, conforme previsto na legislação vigente. A exclusão por indignidade ou incompatibilidade com o cargo é uma das sanções mais severas previstas pelo Estatuto dos Militares.
Execuções em Várzea Grande
Ueliton Rodrigues executou a tiros Edésio Pedro do Nascimento Fonseca e Jhonne Muller Paranhos de Almeida, em Cuiabá, e Alzira do Nascimento Fonseca, em Várzea Grande. Durante o julgamento, o Ministério Público defendeu a tese de que as três vítimas foram assassinadas por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Edésio e Jhonne foram mortos no dia 11 de fevereiro de 2016, quando pilotavam uma moto na Avenida Rubens de Mendonça, em Cuiabá. Edésio, garupa da motocicleta, levou sete tiros, morrendo no local, enquanto Jhonne Muller, que pilotava o veículo, foi atingido por três projéteis. Os dois teriam sido mortos em razão de uma rixa com Ueliton, envolvendo tráfico de entorpecentes.
Dezoito dias após esse duplo homicídio, no dia 29 de fevereiro de 2016, Ueliton, acompanhado de outros comparsas, matou com oito tiros Alzira do Nascimento Fonseca, no bairro da Manga, em Várzea Grande. Conforme os autos, Alzira "era conhecida como traficante de drogas na região do bairro da Manga, em Várzea Grande".