Indígena Pataxó é morto em ataque a tiros na Bahia

Na noite da última segunda-feira (10), um indígena da etnia Pataxó, identificado como Vitor Braga Braz, foi assassinado a tiros em um ataque a sua comunidade na Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, localizada no extremo sul da Bahia.

Foto: G1 - Globo.com

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Na noite da última segunda-feira (10), um indígena da etnia Pataxó, identificado como Vitor Braga Braz, foi assassinado a tiros em um ataque a sua comunidade na Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, localizada no extremo sul da Bahia. A vítima, que residia na Terra à Vista, uma área da TI em processo de demarcação, foi alvo de pistoleiros em um atentado que, segundo o Conselho de Caciques Pataxó da TI Barra Velha (Conpaca), teria sido orquestrado por fazendeiros.

O assassinato ocorreu na véspera de uma audiência pública em Brasília sobre a demarcação das terras indígenas na região, o que, para o Conpaca, demonstra a gravidade e a intensificação da violência contra o povo Pataxó. O Conselho emitiu uma nota denunciando o ocorrido, afirmando que Vitor Braz foi “cruelmente assassinado” em mais um episódio de violência comumente associado a conflitos territoriais envolvendo invasores e fazendeiros.

Após o ataque, dois adolescentes que estavam presentes desapareceram, mas, conforme informado pelo Cacique Zeca Pataxó, os meninos foram localizados na noite de terça-feira (11) e estão bem. A Polícia Civil, por sua vez, instaurou um inquérito para investigar o caso, enquanto a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) enviou agentes da Força Integrada de Combate a Crimes Comuns Envolvendo Povos e Comunidades Tradicionais para reforçar a segurança na região e identificar os responsáveis.

O Conpaca denunciou que o assassinato de Vitor Braz é apenas mais um episódio em um histórico de ataques sistemáticos contra o povo Pataxó, caracterizados por homens encapuzados e armados, que atiram contra casas e pessoas. A organização indígena se manifestou dizendo que não aceitará a tomada de suas terras e alertou sobre a persistente ameaça de extermínio contra a sua população.

“Não aceitaremos que nossas terras sejam tomadas e que nossas vidas sejam ceifadas impunemente. Não entregaremos nosso território a invasores que, com suas mãos manchadas de sangue, tentam nos exterminar”, declarou o Conselho de Caciques Pataxó.