Secretário de Segurança Pública é processado por difamação e exposição de ex-companheira

O secretário de Estado de Segurança Pública, coronel da Polícia Militar César Augusto de Camargo Roveri, é alvo de um processo que tramita na Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher em Cuiabá.

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Foto: Valor Econômico - Globo

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O secretário de Estado de Segurança Pública, coronel da Polícia Militar César Augusto de Camargo Roveri, é alvo de um processo que tramita na Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher em Cuiabá. Ele é acusado de difamar e expor uma ex-companheira. Em fevereiro deste ano, a juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alvez Correa determinou o comparecimento de quatro policiais militares para audiência, a fim de prestar depoimento na condição de testemunhas.

O caso foi registrado em março de 2021. A vítima, C.S., 32 anos, que é capitã da Polícia Militar, relatou na época que foi vítima de agressões verbais por parte do secretário, após o término do relacionamento entre os dois. Ela também contou ter descoberto que Roveri estava a difamando publicamente e expondo sua intimidade.

Entre as acusações proferidas, está a de que o coronel a oferecia para os superiores dele com o intuito de ser promovido mais facilmente. Ele também teria afirmado que a ex-companheira era uma “mulher fácil”. A vítima relatou ainda que o coronel dizia que “qualquer um que chegasse conseguiria ficar com ela”, além de expor a intimidade dela publicamente para colegas de trabalho.

Na época, o caso foi levado à Corregedoria da Polícia Militar. O Conselho de Direitos da Mulher de Mato Grosso (CEDM-MT) chegou a encaminhar um ofício ao Governo do Estado manifestando-se contra a nomeação de um acusado por crimes de violência contra a mulher para ocupar cargo de confiança. No entanto, Roveri foi promovido ao cargo de Secretário Adjunto do Gabinete Militar da Governadoria do Estado no mesmo ano da denúncia e, posteriormente, a Secretário de Estado de Segurança Pública.

Violência contra a mulher em Mato Grosso

Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostram que Mato Grosso tem a maior taxa de feminicídio do país, com 2,47 casos a cada 100 mil mulheres.

Em 2024, foram registrados 47 feminicídios, sendo setembro o mês mais trágico, com oito mulheres assassinadas. O Estado detém ainda a maior taxa de feminicídios, 1,23 a cada 100 mil habitantes.

Outro lado

O secretário César Augusto Roveri foi procurado pela reportagem, via assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública, na terça-feira (11.03), para se pronunciar sobre o caso. Até a publicação da reportagem, não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para manifestações.