Primeiro-ministro português perde voto de confiança e Portugal passará pela terceira eleição em 3 anos
Primeiro-ministro Luís Montenegro | Imagem por European People’s Party (CC)LISBOA, 11 de março — Por 141 votos a 88 e uma abstenção, o Parlamento português aprovou há pouco a derrubada do governo do primeiro-ministro de centro-direita Luís Montenegro, que não sobreviveu a uma moção de confiança após a união dos votos contrários da esquerda e da direita política local.
LISBOA, 11 de março — Por 141 votos a 88 e uma abstenção, o Parlamento português aprovou há pouco a derrubada do governo do primeiro-ministro de centro-direita Luís Montenegro, que não sobreviveu a uma moção de confiança após a união dos votos contrários da esquerda e da direita política local.
Com a queda do governo, formado em março do ano passado após 15 anos de gestão do Partido Socialista, Portugal enfrentará novas eleições, as terceiras em três anos, previstas para ocorrer entre 11 e 18 de maio.
O motivo que levou o primeiro-ministro Luís Montenegro, que agora deixará a liderança de Portugal, a convocar o voto de confiança no Parlamento foi um escândalo envolvendo sua empresa, a Spinumviva, que recebia pagamentos mensais de 4.500 euros (cerca de R$ 28 mil) da operadora de cassinos Solverde, que atua sob concessão do Estado, o que, segundo a oposição, configuraria conflito de interesse.
Caso não convocasse a votação de confiança, Montenegro acabaria enfrentando uma CPI convocada pelo Partido Socialista português.
"Não pratiquei qualquer crime. Quem não deve não teme e eu tenho a minha consciência tranquila" -Luís Montenegro
Com as pesquisas indicando um cansaço do eleitorado em relação à política local, é improvável que qualquer força política em Portugal consiga formar uma maioria sólida no Parlamento.
A média geral das pesquisas portuguesas, que não apresentam um histórico de erros significativos, aponta para um crescimento da esquerda política, dominante no país há mais de uma década, uma leve queda da centro-direita, que permanece, ainda assim, como a principal força política, e uma redução mais acentuada da direita, representada pela sigla "CHEGA", que recentemente viu alguns de seus membros, entre os mais conhecidos, serem duramente criticados por apoiar indiretamente a Rússia utilizando os exatos mesmos argumentos de políticos do Partido Comunista Português (PCP).
Seguindo o protocolo, o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa deverá se reunir amanhã (12) com o Conselho de Estado para dissolver formalmente o Parlamento e oficializar o novo pleito.
(Matéria em atualização)