Senador prega paz para conter revolta de bolsonaristas

Em meio aos atritos na cúpula bolsonarista raiz em Sinop (480 km de Cuiabá), o senador Wellington Fagundes (PL), usa o seu estilo "não-brigo-com-ninguém" para tentar conter a onda de insatisfação e revolta entre os bolsonaristas contra a filiação surpresa do prefeito Roberto Dorner ao PL para disputar a reeleição.

A filiação gerou inclusive manifestações públicas de grandes lideranças do PL, como os deputados federais Amália Barros, José Medeiros e Abílio Brunini. O senador transformou-se no mensageiro da “paz” entre os correligionários insatisfeitos com a filiação do prefeito Roberto Dorner, ao Partido Liberal (PL).

O argumento usado pelo senador Wellington, de certa forma, despreza a capacidade dos bolsonaristas raiz de apresentar um candidato forte para a disputa contra Dorner. Segundo ele, a vitória eleitoral deve estar acima de qualquer atrito ideológico. Ou seja, ganhar a eleição é com Dorner candidato, mesmo que ele venha receber apoio de partidos de esquerda, o pavor da extrema-direita bolsonarista.

Dorner trocou o Republicanos pelo PL na quarta-feira (20.03), e se articula para disputar à reeleição. A ex-prefeita Rosana Martinelli, o vice-prefeito Dalton Martini e a empresária Mirtes Grotta (levada para o PL pelo deputado estadual Gilberto Cattani), todos do mesmo partido, ficaram descontentes com a filiação, uma vez que se movimentavam para uma pré-candidatura de oposição a Dorner.

Outra reação partiu do deputado federal Abílio Brunini (PL), que negou que o ex-presidente Jair Bolsonaro apoie a entrada de Dorner no PL, contrariando a postagem feita pelo prefeito sinopense nas redes sociais.

Em meio à onda de descontentamentos, os bolsonaristas raiz também se incomodam com o posicionamento do atual prefeito, que já deixou claro que não vai rejeitar apoio de partidos de esquerda.

Diante das insatisfações, Fagundes afirmou que caberá aos dirigentes pacificarem a situação do partido. "Sinop é uma cidade polo, importante para Mato Grosso e para o Brasil. A decisão do PL na cidade é de responsabilidade do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, junto com o presidente Bolsonaro. Eu sou apenas cabo eleitoral", disse o senador, tentando tirar do seu colo a responsabilidade pela articulação da filiação surpresa de Dorner no PL.

"O que eles definirem, será acatado. Nós vamos buscar fazer a conciliação em Sinop. O importante é disputar e ganhar a eleição", disse Fagundes, acreditando que seu argumento vá comover e conter a revolta no partido. A conferir se o bolsonarismo raiz vai mesmo engolir a filiação de Dorner.